O “piiiiii!” dos pórticos*
* Hoje no Jornal do Centro
O início deste ano calou aquele “piiiiii!” irritante dos pórticos das “nossas” auto-estradas. Estas passaram a ser, outra vez, SCUT (isto é, sem custos para o utilizador). Aleluia!
Fotografia Olho de Gato |
Ao fim e ao cabo, Pedro Nuno regressou ao ponto de partida, foi assim que estas vias foram concebidas no tempo do governo de António Guterres e do seu ministro João Cravinho, cujo plano rodoviário previa dois tipos de autoestradas:
— as que são uma espécie de “túnel na paisagem”, com poucos nós rodoviários, desenhadas para dar respostas rápidas a uma procura pré-existente e que devem ter circulação paga pelo utilizador;
— e as SCUT, concebidas para velocidades menores, pensadas como instrumentos de desenvolvimento das regiões que atravessam, com muita porosidade com a envolvente, com muitos nós rodoviários e que pretendem criar procura.
É justo destacar, na luta que a região fez contra as portagens, a acção de Francisco Almeida. Só é derrotado quem desiste de lutar e o Francisco nunca desistiu.
E agora? Agora, cautela e caldos de galinha. Basta estarmos atentos à fúria dos “influencers” lisboetas para percebermos que há muita gente que não pode ver uma camisa lavada às gentes do interior. Eles não se calam com a conversa do “utilizador-pagador”, embora usufruam sem complexos de passes fofinhos nos transportes públicos, em que só pagam uma pequena fracção do que utilizam.
A “nossa” A25 foi gratuita durante cinco anos, dois meses e oito dias e foi paga durante treze anos e vinte e três dias. Esteve bem cinco anos, esteve mal treze.
Importa que o mal não regresse. Era bom que os pórticos deixassem de apitar de vez. Que fossem desmontados de vez. Rui Santos, o presidente da câmara de Vila Real, já se ofereceu para fazer esse serviço nos pórticos do seu concelho. Dr. Ruas, que acha desta ideia?
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