Rosto


O teu ruído, aloendro branco,
sustenta o meu vício natural
do êxtase perante os aloendros, 
a memória do êxtase e o cultivo
da memória.

Assim como o cheiro que balanças,
tu que és branco, semelhante
ao dos aloendros róseos
que fustigam os meus vidros 
habitados. 

Ou melhor: entre o ouvido
e o nariz do meu rosto
cabem detalhes de arqui-
tectura e os traços
do gosto da jardinagem.
Fiama Hasse Pais Brandão


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