Ir aos mercados *
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
1. As parcerias público-privadas durante muito tempo foram sigladas aqui com cinco pês: PPPPP — Parcerias-Prejuízos-Públicos-Proveitos-Privados. Se no início isso causou estranheza, agora já toda a gente percebeu aquele roubo de futuro aos nossos filhos, netos e bisnetos. Melhor dizendo, trinetos: há encargos assumidos até 2083.
Depois da nossa bancarrota, a Ernst & Young apurou as "taxas internas de rentabilidade - TIR" das PPPs rodoviárias. Eis exemplos próximos: a "nossa" A25 ficou a render ao sr. Mota Coelho Espírito Santo Engil 17,35% ao ano. Repito: 17,35%. A TIR da A23 ficou a pingar 14,51% para a Salvador Caetano. Já a A24, uns "miseráveis" 11,23% para o consórcio liderado pela Eiffage e a Sonae.
Caríssimo leitor, está interessado numa renda garantida de 17,35% durante décadas para as suas poupanças?
Estes contratos das PPPs foram redigidos nos escritórios da grande advocacia de negócios entre governantes e rentistas, com os protagonistas a mudarem de lado da mesa com o maior dos à-vontades.
É certo que, por imposição da Troika, as PPPs foram renegociadas e as TIR depois foram diminuídas. Alguma coisa. Quantas é que ainda estarão nos dois dígitos?
Chegados aqui, fica um aviso e uma proposta:
(i) Caro António Costa, pôr o sr. Paulo Campos numa lista do PS, nem que seja no último lugar dos suplentes, tem uma TIR eleitoral negativa de, pelo menos, 17,35%;
(ii) Portugal acaba de fazer um empréstimo a 30 anos à taxa de 4,1%. A ideia que, em 2011, António Borges apresentou a Pedro Passos Coelho não era então possível mas agora já é: por que razão não se vai aos mercados buscar dinheiro para resgatar, isto é, nacionalizar estas PPPs desastrosas?
2. Uma das melhores ideias surgidas no “orçamento participativo” da câmara de Viseu foi a de associar a cidade às tílias e ao chá de tília.
Ideia barata que faria muito pela imagem de Viseu. Pelo menos tanto como as festas e festinhas de António Almeida Henriques.
Fotografia achada aqui |
Caríssimo leitor, está interessado numa renda garantida de 17,35% durante décadas para as suas poupanças?
Estes contratos das PPPs foram redigidos nos escritórios da grande advocacia de negócios entre governantes e rentistas, com os protagonistas a mudarem de lado da mesa com o maior dos à-vontades.
É certo que, por imposição da Troika, as PPPs foram renegociadas e as TIR depois foram diminuídas. Alguma coisa. Quantas é que ainda estarão nos dois dígitos?
Chegados aqui, fica um aviso e uma proposta:
(i) Caro António Costa, pôr o sr. Paulo Campos numa lista do PS, nem que seja no último lugar dos suplentes, tem uma TIR eleitoral negativa de, pelo menos, 17,35%;
(ii) Portugal acaba de fazer um empréstimo a 30 anos à taxa de 4,1%. A ideia que, em 2011, António Borges apresentou a Pedro Passos Coelho não era então possível mas agora já é: por que razão não se vai aos mercados buscar dinheiro para resgatar, isto é, nacionalizar estas PPPs desastrosas?
2. Uma das melhores ideias surgidas no “orçamento participativo” da câmara de Viseu foi a de associar a cidade às tílias e ao chá de tília.
Ideia barata que faria muito pela imagem de Viseu. Pelo menos tanto como as festas e festinhas de António Almeida Henriques.
Na sequência deste post,gostaria de recomendar a leitura do artigo:
ResponderEliminar"Consegue explicar-me?"
Por Luís Osório, publicado no jornal i (23 janeiro)
ligação:
http://www.ionline.pt/iopiniao/consegue-explicar-me/pag/-1
E não se fala mais nisto...eu pago. Ponto !!!!
PS: Com muitos Paulos Campos, Ascenso Simões e Cªs, o Costa vai de vento em pompa...