Francisco José Viegas *

* Publicado hoje no Jornal do Centro

     Em meados do ano passado, correram abaixo-assinados a exigirem a Passos Coelho a manutenção do ministério da cultura. Eu não dei para esse peditório por duas razões:
     — o pântano barrosista e socratista teve um ramalhete de ministros da cultura mas não teve o que importa: uma política cultural e recursos; até o prometido e reprometido 1% do orçamento para a cultura foi uma miragem;
     — ser secretaria de estado ou ser ministério é irrelevante, o que conta é a força política do titular; veja-se o caso das obras públicas no segundo governo de Sócrates: quem é que verdadeiramente mandava, o ministro Mendonça ou o secretário de estado Paulo “filhinho-do-papá” Campos?
     Por isso, é indiferente que Francisco José Viegas (FJV) tenha sido secretário de estado ou ministro da cultura. O importante é o que ele fez, ou não fez, nestes últimos dezasseis meses.
     Devo dizer que gosto do gosto de FJV pelos livros em geral e pelos policiais em particular, gosto do seu gosto por boa comida, bons vinhos e bons charutos; gosto até do seu “cantinho do hooligan”, transmitido daquele estádio ventoso ao lado da VCI para o blogue “A Origem das Espécies”.
     Na sua saída, importa fazer um balanço do que FJV fez na cultura, olhando para os dois dossiers mais melindrosos do seu mandato: o acordo ortográfico e a barragem do Tua.
     No acordo ortográfico, FJV não aquentou nem arrefentou, limitou-se a tirar vapor ao caldeirão posto a ferver por Vasco da Graça Moura quando entrou para o CCB. Já na barbárie que Sócrates e Mexia engendraram para o vale do Tua, FJV foi pusilânime. Apesar das posições que tinha tido antes, chegado ao governo deixou que aquele crime avançasse.
     Portanto, o balanço é negativo. Será bom continuar a ler-se Francisco José Viegas. Quanto à sua nulidade na secretaria de estado da cultura, o melhor é esquecer.

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