“O PS está em mau estado político, mau estado moral e mau estado mental”

Entrevista aqui *
     Depois da maior derrota eleitoral dos últimos 24 anos, o PS embrenhou-se numa disputa eleitoral interna que falou de tudo menos do que importava: as razões que levaram o partido ao fundo do buraco onde se encontra.
     António José Seguro para ganhar as eleições internas socorreu-se do aparelho intermédio do partido que, para flutuar como as rolhas de cortiça, diz sempre amén ao líder do momento, aparelho a quem ele entregou a indicação dos próximos candidatos autárquicos em primárias exclusivamente internas, fechando o partido na altura em que ele mais precisava de ser aberto à sociedade.
      António José Seguro está desorientado como se viu no debate orçamental e até a agenda anti-corrupção que era o seu ponto forte — já que ninguém o pode acusar do negocismo que enlodou os seis anos de Sócrates —, até essa agenda de limpeza da terceira república meteu no bolso.
     António José Seguro, para tentar evitar ser o Marques Mendes do PS (um líder a prazo descartável quando houver ventos favoráveis), precisa de:
     — procurar o máximo do consenso com Passos Coelho sobre a revisão da constituição, das leis eleitorais e das medidas anti-corrupção e de reforma da terceira república;
     — não temer o máximo de dissenso em relação à política de empobrecimento desesperançado do país que está a ser praticada pela direita, e esse dissenso não pode ser só exprimido nos salões de veludo, tem que ser ao lado dos portugueses que estão a sofrer.

* António Barreto, na entrevista de hoje ao I., erra ao dizer que o mal do PS segurista é estarem desconhecidos em "cargos importantíssimos". O mal do PS não é esse, o mal do PS é ainda não ter rompido com o quadro mental do socratismo. O PS precisa dessa catarse.

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