Duas derrotas
* Publicado hoje no Jornal do Centro
1. Foi no verão de 2008 que o sr. Paulo Campos começou a propagandear os dispositivos electrónicos de matrícula — era assim que, no início, se chamava aos “chispes” das matrículas.
Aquele típico homo-socraticus trombeteava que os “chispes” iam proporcionar um “aumento da segurança rodoviária”; que, com eles, se podiam contratar seguros mais baratos; que eles representavam 150 milhões de euros de negócios em novas tecnologias (a empresa de um seu ex-assessor, de facto, ficou com a venda dos pórticos e dos “chispes”).
Aquela banha-da-cobra atingia o clímax quando o fatal Paulo Campos jurava que os “chispes” não tinham sido criados para cobrar portagens, embora o pudessem fazer. Não era para portagens, dizia ele, os “chispes” tinham sido criados para “potenciar um cluster na área da telemática rodoviária”. Em 2008, esta era a língua de pau do “plano tecnológico” socrático.
Logo então comecei a alertar para o golpe funesto que se preparava na economia e mobilidade da nossa região. Para mim era claro: se aquele Big Brother avançasse, íamos também ter, mais cedo que tarde, portagens nas “nossas” auto-estradas.
Assim aconteceu. Foi publicado esta semana o decreto-lei das portagens. Nem se conseguiu sequer evitar que fossem portajados os troços da A25 feitos em cima do velho IP5 e que não têm alternativa nenhuma.
Hoje vão ouvir-se outra vez as buzinas do Francisco Almeida mas, infelizmente, buzinas não avariam pórticos.
2. O buzinão de hoje já não vai ter reportagem da Rádio Noar. A Rádio Noar foi silenciada na terça-feira pela Rádio Renascença que a tinha comprado.
A lei da rádio de 2010 do sr. Jorge Lacão foi mesmo feita para isto: para os peixes grandes comerem os peixes pequenos.
Duas derrotas na mesma semana. Hão-de vir semanas melhores.
Aquele típico homo-socraticus trombeteava que os “chispes” iam proporcionar um “aumento da segurança rodoviária”; que, com eles, se podiam contratar seguros mais baratos; que eles representavam 150 milhões de euros de negócios em novas tecnologias (a empresa de um seu ex-assessor, de facto, ficou com a venda dos pórticos e dos “chispes”).
Aquela banha-da-cobra atingia o clímax quando o fatal Paulo Campos jurava que os “chispes” não tinham sido criados para cobrar portagens, embora o pudessem fazer. Não era para portagens, dizia ele, os “chispes” tinham sido criados para “potenciar um cluster na área da telemática rodoviária”. Em 2008, esta era a língua de pau do “plano tecnológico” socrático.
Logo então comecei a alertar para o golpe funesto que se preparava na economia e mobilidade da nossa região. Para mim era claro: se aquele Big Brother avançasse, íamos também ter, mais cedo que tarde, portagens nas “nossas” auto-estradas.
Assim aconteceu. Foi publicado esta semana o decreto-lei das portagens. Nem se conseguiu sequer evitar que fossem portajados os troços da A25 feitos em cima do velho IP5 e que não têm alternativa nenhuma.
Hoje vão ouvir-se outra vez as buzinas do Francisco Almeida mas, infelizmente, buzinas não avariam pórticos.
2. O buzinão de hoje já não vai ter reportagem da Rádio Noar. A Rádio Noar foi silenciada na terça-feira pela Rádio Renascença que a tinha comprado.
A lei da rádio de 2010 do sr. Jorge Lacão foi mesmo feita para isto: para os peixes grandes comerem os peixes pequenos.
Duas derrotas na mesma semana. Hão-de vir semanas melhores.
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