Jardim Infantil
* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 22 de Junho de 2007
1. Aconselho a leitura do Despacho de Acusação ao professor Fernando Charrua. Pode ser consultado aqui**.
De facto, o ridículo mata. Margarida Moreira, a Directora Regional, conseguiu fazer da DREN um Jardim Infantil:
“Era uma vez o Fernandinho que disse umas maldades sobre o chefe da Guida. O Rolando, o Rogério, o Manuel e o Basílio ouviram. Um queixinhas foi dizer à Guida. A Guida ficou muito zangada e pôs o Nandinho de castigo. Ele agora, como não pode brincar mais às casinhas nem no escorrega, chora muito e jura que a Guida também diz maldades do chefe dela. O queixinhas espera receber uma PlayStation Portable no Natal.”
2. O que se passa na DREN não é mais que a versão em anedota do autoritarismo da Ministra da Educação. Que o diga a Associação de Professores de Matemática “convidada a sair” dum projecto só porque tornou públicas opiniões diferentes das de Maria de Lurdes Rodrigues.
Também se percebeu claramente a pulsão autoritária da ministra no Concurso para Professores Titulares. Foi um filme de terror do início ao fim. Na primeira proposta de regulamento daquele concurso ai do professor que fosse ao funeral de um familiar. Até fazer greve era penalizado. Uma coisa do 24 de Abril. Tão, tão inconstitucional que dava dor de cabeça.
3. No sábado passado, em Abrantes, José Sócrates, confrontado com a contestação de centenas de populares, foi falar com eles. Afirmou a seguir: “o Governo precisa de crítica e de a encarar com fair-play, porque tudo faz parte da festa da democracia”. Ali, no calor dos acontecimentos, tanto nas palavras como nos actos, José Sócrates mostrou a fibra que tem e deu uma lição de democracia.
Será que esta lição chegou ao Jardim Infantil?
** O link do jornal Sol publicado há dez anos já não funciona.
1. Aconselho a leitura do Despacho de Acusação ao professor Fernando Charrua. Pode ser consultado aqui**.
Daqui |
“Era uma vez o Fernandinho que disse umas maldades sobre o chefe da Guida. O Rolando, o Rogério, o Manuel e o Basílio ouviram. Um queixinhas foi dizer à Guida. A Guida ficou muito zangada e pôs o Nandinho de castigo. Ele agora, como não pode brincar mais às casinhas nem no escorrega, chora muito e jura que a Guida também diz maldades do chefe dela. O queixinhas espera receber uma PlayStation Portable no Natal.”
2. O que se passa na DREN não é mais que a versão em anedota do autoritarismo da Ministra da Educação. Que o diga a Associação de Professores de Matemática “convidada a sair” dum projecto só porque tornou públicas opiniões diferentes das de Maria de Lurdes Rodrigues.
Também se percebeu claramente a pulsão autoritária da ministra no Concurso para Professores Titulares. Foi um filme de terror do início ao fim. Na primeira proposta de regulamento daquele concurso ai do professor que fosse ao funeral de um familiar. Até fazer greve era penalizado. Uma coisa do 24 de Abril. Tão, tão inconstitucional que dava dor de cabeça.
3. No sábado passado, em Abrantes, José Sócrates, confrontado com a contestação de centenas de populares, foi falar com eles. Afirmou a seguir: “o Governo precisa de crítica e de a encarar com fair-play, porque tudo faz parte da festa da democracia”. Ali, no calor dos acontecimentos, tanto nas palavras como nos actos, José Sócrates mostrou a fibra que tem e deu uma lição de democracia.
Será que esta lição chegou ao Jardim Infantil?
** O link do jornal Sol publicado há dez anos já não funciona.
Recordar este texto é reviver os “anos de chumbo” do consulado Sócrates / Lurdes Rodrigues / Secretários de Estado “Azeiteiros” / Margaridas DRNE´s (multiplicadas) / o (inqualificável) sr Albino CONFAP Almeida e por fim os muitos deputados do Partido Socialista que se apelidavam de “professores” (e com ênfase para os de Viseu). Todos abriram as portas à direita pura e dura que se seguiu no governo deste país.
ResponderEliminarRecordar este texto é voltar a sentir a rejeição, os ataques, a calúnia, os esgares, que todos os que denunciaram os erros políticos de Sócrates/Lurdes Rodrigues experimentaram.
A questão dos “titulares” foi poeira para iludir o verdadeiro objectivo: alterar as relações de poder dentro da escola. Os Conselhos Directivos, eleitos democraticamente pelos pares, finaram; os Conselhos Pedagógicos passaram a reuniões para “aprovar calendários” e nos Conselhos Gerais as “forças vivas” das terrinhas têm a maioria.
As decisões em educação não são assépticas; neutras e puramente técnicas. Necessitam de ser compreendidas; interiorizadas; assimiladas pelos professores.
Hoje, na 5 de Outubro, encontramos um “ministério de entradas de leão e saídas de sendeiro”. Em termos profissionais há um agastamento face às desilusões e ao menosprezo a que os professores têm sido vetados.
Faz ano e meio que Tiago governa e: 1- professores com carreiras congelada; 2- redução alunos por turma – insignificante; 3- gestão das escolas? mudanças igual a zero!; 4- horário ao minuto? para continuar…; 5- estatuto do aluno? nem se fala…; 6- burocracia? não alivia; 7 - …..
E se “novos mundos ao mundo irão mostrando” (Camões) acreditemos (pela enésima vez) numa política educativa transformadora (o que quer que isso seja…).
Mas, o PS já dá sinais de governar do alto de uma suposta maioria e isso é muito perigoso.