Paciente zero*
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
1. Chama-se “paciente zero” ao iniciador de uma epidemia. No caso da sida nos EUA, essa maldição foi atribuída erradamente ao comissário de bordo Gaëtan Dugas, falecido em 1984. Embora ele tivesse sido um espalhador do HIV nas saunas gay das cidades onde aeroportava, a verdade é que não foi o primeiro: recentes análises a amostras de sangue recolhidas nos anos de 1970 mostram que o HIV já circulava antes em Nova York.
Acrescente-se: o nome de Gaëtan constava de um estudo científico mas nunca devia ter vindo a público, foi um jornalista inescrupuloso que, para se best-sellar, o prantou num livro sobre a sida.
Num artigo de 29 de Outubro no New York Times, Donald G. McNeil Jr interroga-se sobre se, eticamente, é correcta esta procura científica pelo “paciente zero”. A resposta é afirmativa, é importante saber-se a origem de uma epidemia e, ainda mais, identificar os super-espalhadores, alguns deles assintomáticos, a quem o “bicho” não mata mas mata quem eles contagiam.
2. O festival “Tinto no Branco” trouxe, a Viseu, Bruno Vieira do Amaral e Fernando Pinto do Amaral para indagarem “que mestres restam à literatura”.
Os dois escritores foram excelentes: não se ficaram pelas historiecas usuais dos festivais literários, muito menos pelo exercício de atirar nomes para o Olimpo.
Bruno Vieira do Amaral sublinhou que onde há mestres há discípulos, tensão entre eles e necessidade dos segundos se rebelarem contra os primeiros.
Já Fernando Pinto do Amaral definiu mestre como aquele que “cria um território novo”, como é o caso de Aquilino que até “inventou uma língua nova”. Para ele, agora já não há tensão nenhuma, os discípulos glosam, todos prazerosos, os mestres. E acrescentou: um mestre é o “paciente zero”, o “inaugurador de uma epidemia”.
3. Duas magníficas notícias: a Itália disse não ao sinistro plano do sr. Renzi de concentração de poderes no governo e a Áustria não se tornou no “paciente zero” da Europa.
1. Chama-se “paciente zero” ao iniciador de uma epidemia. No caso da sida nos EUA, essa maldição foi atribuída erradamente ao comissário de bordo Gaëtan Dugas, falecido em 1984. Embora ele tivesse sido um espalhador do HIV nas saunas gay das cidades onde aeroportava, a verdade é que não foi o primeiro: recentes análises a amostras de sangue recolhidas nos anos de 1970 mostram que o HIV já circulava antes em Nova York.
Acrescente-se: o nome de Gaëtan constava de um estudo científico mas nunca devia ter vindo a público, foi um jornalista inescrupuloso que, para se best-sellar, o prantou num livro sobre a sida.
Num artigo de 29 de Outubro no New York Times, Donald G. McNeil Jr interroga-se sobre se, eticamente, é correcta esta procura científica pelo “paciente zero”. A resposta é afirmativa, é importante saber-se a origem de uma epidemia e, ainda mais, identificar os super-espalhadores, alguns deles assintomáticos, a quem o “bicho” não mata mas mata quem eles contagiam.
2. O festival “Tinto no Branco” trouxe, a Viseu, Bruno Vieira do Amaral e Fernando Pinto do Amaral para indagarem “que mestres restam à literatura”.
Fernando Pinto do Amaral, Maria João Costa (moderadora) e Bruno Vieira do Amaral
Fotografia Olho de Gato
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Os dois escritores foram excelentes: não se ficaram pelas historiecas usuais dos festivais literários, muito menos pelo exercício de atirar nomes para o Olimpo.
Bruno Vieira do Amaral sublinhou que onde há mestres há discípulos, tensão entre eles e necessidade dos segundos se rebelarem contra os primeiros.
Já Fernando Pinto do Amaral definiu mestre como aquele que “cria um território novo”, como é o caso de Aquilino que até “inventou uma língua nova”. Para ele, agora já não há tensão nenhuma, os discípulos glosam, todos prazerosos, os mestres. E acrescentou: um mestre é o “paciente zero”, o “inaugurador de uma epidemia”.
3. Duas magníficas notícias: a Itália disse não ao sinistro plano do sr. Renzi de concentração de poderes no governo e a Áustria não se tornou no “paciente zero” da Europa.
Pacientes zero?
ResponderEliminarAqui não há CHARLIES !! Há falsidades, qb !
Em Alepo, “os vivos contam os dias até à morte”
https://www.publico.pt/2016/12/07/mundo/noticia/em-alepo-os-vivos-contam-os-dias-ate-a-morte-1754092
“As pessoas perderam a confiança em toda a gente – nos líderes mundiais, nas organizações internacionais que as vêem ser mortas. Perderam a fé nas Nações Unidas. E limitam-se a contar os dias até à sua morte”
reportagem de SOFIA LORENA no Público on line de 7 de Dezembro de 2016
E ainda:
Orgia ruinosa na CGD.
Paulo Macedo “despede” 2200 e fecha 180 balcões.
http://sol.sapo.pt/artigo/537483/cgd-paulo-macedo-despede-2200-e-fecha-180-balcoes-
Há administradores que deveriam responder por gestão danosa e que em vez disso têm direito a reformas douradas. A Caixa foi vítima de inúmeros golpes milionários de enriquecimento ilícito permitidos pelos seus gestores, em muitos casos com apadrinhamento político. Os “robalos”, as Cardonas, os Berardos, os negócios da Vista Alegre, etc..etc..etc..
Macedo é o melhor gestor do capitalismo que a geringonça encontrou.
No fim, quem se lixa é o mexilhão - trabalhadores e contribuintes, SEMPRE!
A terminar, um exemplo de paciência zero, em Viseu:
é recorrente o trânsito ficar parado e, por vezes, em situação de perigo na rua da Telecom/União do Sátão devido às manobras que os autocarros realizam para aceder à garagem, pois ocupam as duas faixas de rodagem. Caricato, terceiro mundista e incompreensível.
Quem de direito, na Praça da República, tem uma palavra sobre este assunto?