1. Edviges Antunes Ferreira, presidente da Associação de Professores de Português, acaba de ter os seus cinco minutos de fama, ao declarar à Lusa que aceitava uma “revisão ligeira” (sic) do Acordo Ortográfico.
A stora avisa logo que não quer o regresso das consoantes mudas porque, para os alunos, “é muito mais simples escrever conforme falamos do que estarem a perceber ou a decorar, principalmente depois de ter abolido e estar a escrever de uma determinada forma, estar a voltar atrás” (sic). Tentemos perceber esta ideia enrodilhada — a stora quer que os alunos espetem “espetadores” nas frases porque agora seria difícil a eles, que são novos, “voltar atrás”.
Logo a seguir, Edviges derrama: “o nível etário das pessoas é bastante elevado, em média, o que significa que há sempre aquelas vozes, que são os ‘Velhos do Restelo’, que tudo que seja mudança, não a vêem com bons olhos” (sic). Esta “sociologia” da stora tem também, infelizmente, problemas de gramática e de lógica. Tentemos desnevoar a coisa: a mulher acha que os velhadas são mais que muitos e uns imobilistas.
Conclusão: os novos “veem com bons olhos” o espetanço de “espetadores” ou o lúbrico “arquitetas” nas frases, porque foi assim que os acordistas os ensinaram, e eles não podem mudar; já os “velhos do Restelo” que “vÊem com bons olhos” espeCtadores e arquiteCtas nas frases, porque foi assim que lhes ensinaram, são uns atrasos de vida.
2. “Velho-do-Restelo” e “peste-grisalha” são anátemas etários muito usados.
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Já “idadista” é coisa nova. Durante a discussão do orçamento, quem se atreveu nas redes sociais a criticar Mariana Mortágua, para além do trivial carimbo de “machista”, levou também com o de “idadista”.
“Idadismo” equivale, em bloquês, ao direitolas “peste grisalha”.
Artigo excelente!Acontece que os jovens,os adultos e os idosos, desde 2015,são obrigados a utilizar o (des)Acordo Ortográfico. Portanto cai por terra a teoria do tal " nível etário que é bastante elevado",dos velhos do Restelo, da " peste grisalha" até mesmo do "idadismo"...
ResponderEliminarResumindo: de acordo ou em desacordo o " barco continua a navegar" por águas turbulentas, até meias turvas,mas...lá prossegue o seu caminho indiferente aos "níveis etários" e às vozes dissonantes. Já agora, algumas alterações/ correções fariam algum jeito. Vamos ver!