Guarda pretoriana*
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
1. Em democracia a mudança do pessoal político faz-se através do voto, em ditadura faz-se com um golpe de estado, com maior ou menor derramamento de sangue.
Os democratas temem eleições, os ditadores, não. Mas temem tudo o resto. Com o passar do tempo, os autocratas ficam com medo até da própria sombra.
Como lembra Nina L. Khrushcheva num artigo recente intitulado “The Strongman's Power Trap”, para tentar minorar essa paranóia, Nikita Krushchev, na União Soviética, e Deng Xiao Ping, na China, instituíram uma “regra não escrita” que foi respeitada durante décadas pelas elites pós-estalinistas e pós-maoístas: um líder comunista não punha em causa “a vida ou a segurança do seu antecessor e dos seus colegas”, um “membro do governo podia ser removido do poder e ser colocado em detenção domiciliária” mas não havia “risco de prisão ou risco físico contra ele ou a sua família”.
Esta “suavidade” na substituição nas lideranças acabou com a chegada ao poder de Vladimir Putin, em 1999, e de Xi Jinping, em 2012. Putin tem usado pulso de ferro e não aceita limites ao seu poder autoritário, e Xi, um seu confesso admirador, tem-lhe seguido os passos.
É o medo que explica a criação já este ano, por Vladimir Putin, de uma guarda pretoriana de 400 mil homens sob o seu controle directo. Em 2017 acaba o mandato único de 5 anos de Xi Jinping. Será que ele, com o terror que lhe façam o mesmo que ele tem feito aos seus colegas, vai tentar um golpe antes que seja substituído?
2. Dos 250 milhões de euros gastos por ano em livros escolares, 200 milhões é dinheiro estragado.
Quando é que o ministério deixa de dificultar a vida a quem quer fazer reutilização dos livros usados? Quando é que se começam a usar mais os suportes electrónicos e a internet? Quando é que se acaba com esta irracionalidade financeira e ecológica, este peso estúpido no orçamento das famílias e nas mochilas dos alunos?
1. Em democracia a mudança do pessoal político faz-se através do voto, em ditadura faz-se com um golpe de estado, com maior ou menor derramamento de sangue.
Os democratas temem eleições, os ditadores, não. Mas temem tudo o resto. Com o passar do tempo, os autocratas ficam com medo até da própria sombra.
Como lembra Nina L. Khrushcheva num artigo recente intitulado “The Strongman's Power Trap”, para tentar minorar essa paranóia, Nikita Krushchev, na União Soviética, e Deng Xiao Ping, na China, instituíram uma “regra não escrita” que foi respeitada durante décadas pelas elites pós-estalinistas e pós-maoístas: um líder comunista não punha em causa “a vida ou a segurança do seu antecessor e dos seus colegas”, um “membro do governo podia ser removido do poder e ser colocado em detenção domiciliária” mas não havia “risco de prisão ou risco físico contra ele ou a sua família”.
Esta “suavidade” na substituição nas lideranças acabou com a chegada ao poder de Vladimir Putin, em 1999, e de Xi Jinping, em 2012. Putin tem usado pulso de ferro e não aceita limites ao seu poder autoritário, e Xi, um seu confesso admirador, tem-lhe seguido os passos.
2. Dos 250 milhões de euros gastos por ano em livros escolares, 200 milhões é dinheiro estragado.
Quando é que o ministério deixa de dificultar a vida a quem quer fazer reutilização dos livros usados? Quando é que se começam a usar mais os suportes electrónicos e a internet? Quando é que se acaba com esta irracionalidade financeira e ecológica, este peso estúpido no orçamento das famílias e nas mochilas dos alunos?
Fotografia daqui |
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