Gravitação universal

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De novo o mar que espero
sentada à janela que dá para as rosas.
Que dá para todas as ruas que passei
com os teus passos. Para a estrada
onde virámos a cabeça para não ver
o homem esvaído no chão.
Depois comemos na casa de um amigo,
bebemos e falámos como se a vida fosse eterna.
À volta a estrada estava limpa, sem sinais
de sangue. As luzes sobre o mar nas duas margens
e a tua mão na minha perna. Lá no céu
um homem esventrado procura as suas asas.
Nada sei de anjos. Eu que espero o mar todos os dias
acredito na rotação da terra e na lei da gravidade.
Mas quando chegas o corpo não tem peso
e as palavras voam em redor de nós
alagadas em suor. E vem o mar.
Rosa Alice Branco



Comentários

  1. Hoje li uma expressão que desconhecia: Euroreich!
    É este, entre outros, o combate do presente.
    Contra a hegemonia tentada uma vez mais.
    E os que não veem isso, vão rezar a 'São' Chamberlain a ver se ele os ouve...

    A UE não tivesse sido um instrumento para acelerar a liberalização económica.
    Como se união política significasse mais democracia e justiça social - e não a centralização de poderes em instituições intocáveis, acompanhada da degradação dos direitos sociais e laborais, como tem sido o caso na UE.

    Seria bom não sermos ingénuos.

    "Nada sei de anjos" - Rosa Alice Branco

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