Seis meses — por JB*

* Comentário de JB a "Dias felizes", crónica publicada anteontem no Jornal do Centro


Há seis meses a dar cabo da narrativa dos direitolas, dá um certo gozo!
Daqui
Nem com tudo se concordou? Óbvio!
Um ou dois exemplos negativos: o fim dos exames – uma má mensagem profissional aos professores e uma péssima mensagem cívica aos alunos; a bancada parlamentar do PCP uniu-se às do PSD e CDS no hemiciclo e chumbou o projeto de lei do Bloco de Esquerda contra o uso do herbicida cancerígeno glifosato. No parlamento europeu, PSD E CDS votaram pela limitação do uso do glifosato em áreas urbanas. No parlamento português, votaram contra. A Monsanto agradece-lhes! Nunca esquecer que o pesticida RoundUp, baseado no glifosato, rende anualmente 5 mil milhões de euros à Monsanto!! Nos EUA, cantores como Neil Young têm feito um trabalho de combate e denúncia à Monsanto e ao seu papel destruidor de pequenos agricultores e do meio ambiente.

Mas também capazes do melhor: o final da "fronteira da hipocrisia" coma aprovação da lei da procriação medicamente assistida para todas as mulheres, sem discriminações, independentemente do seu estado civil, da sua orientação sexual, todas, todas as mulheres. Votos favoráveis do PS/PCP/BE/PEV/PAN/alguns deputados e deputadas do PSD.

Mas foram 6 meses a desmontar o discurso do Sr. do pin e da Srª. “digna sucessora” do submarino amarelo; uns insignes rrepresentantes da ideologia mais perigosa (porque aparenta que não é ideologia), a do chamado "senso comum". A ideologia das trivialidades e dos lugares comuns: “É preciso sair da zona de conforto e trazer o debate da mesa do café para fóruns mais alargados, sem clubismos nem crachás na lapela”.

Uma comissão europeia “mortinha” por nos arrasar (e com “ditos socialistas” à cabeça); um falso problema com os colégios (que tanto gostariam que houvesse uma Procuradoria privada com contrato de associação…); uma parceria Assis/JSD que se revelou com semelhantes capacidades intelectuais e um Marcelo a necessitar de fazer uma viagem a um país distante para ver se reencontra o Presidente…, e tantas outras coisas.

Mas, as ideologias não morreram; a luta de classes não passou de moda; não estamos no mesmo lado da barricada; não temos a mesma visão e projecto para o país! 
Pois como dizia o meu professor de Matemática, Joaquim Namorado: “Sou de Alter do Chão, terra de criadores de cavalos; o que é um privilégio, num país de burros”.
Que venham mais 6 meses, porra!

"Chamar-te a ti, Lisboa, camarada..." - O que eu gosto deste poema de Joaquim Pessoa na voz de Carlos Mendes.
Ora onde é q eu tenho o vinil?!


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