Respeitinho*
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
A CIG (Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género) apresentou uma queixa no DCIAP (Departamento Central de Investigação e Acção Penal) contra Pedro Arroja. “Crime” cometido pelo comentador do Porto Canal: chamou “esganiçadas” às deputadas do bloco de esquerda e acrescentou que não as queria “nem dadas”.
O inquérito está em marcha. A moldura penal para o caso é de seis meses a cinco anos de prisão. Repito: Pedro Arroja chamou-lhes “esganiçadas” (o que mostra que o homem ouve mal) e disse que não as queria “nem dadas” (o que é, com elevada probabilidade, recíproco) e agora arrisca seis meses a cinco anos de prisão.
Não, isto não é uma peta de 1 de Abril: a senhora dona Mariana Mortágua, em declarações ao JN, achou muito bem esta queixa e quer que ela sirva de exemplo “em casos semelhantes”. Digo “senhora dona Mariana Mortágua” por duas razões: porque estas linhas podem ser chibadas à CIG, e porque, pelo que se tem visto, agora as cabeças falantes do bloco de esquerda julgam-se as novas “donas-disto-tudo”.
Este inquérito dá um recado — ai de quem “esganice” contra as senhoras donas deputadas do bloco. Leva com uma queixa da CIG (que, pelos modos, não tem mais nada que fazer) e submete-se a um inquérito do DCIAP (que, pelos modos, não tem mais nada que investigar).
Entendamo-nos: o senhor Arroja é um excêntrico especialista em disparates. Mas em Portugal há liberdade de expressão e as figuras políticas, sejam elas homens ou mulheres, têm que estar especialmente preparadas para a crítica dura, injusta, disparatada, merdosa.
A quem defende “liberdade de expressão sim, mas com respeitinho...”, e que puxa logo pela Kalashnikov judicial quando a crítica lhe bate à porta, pergunto: quantas vezes nos últimos anos viram bloquistas e aparentados a chamar “múmia” ao anterior presidente da república? Quantos inquéritos foram levantados por causa disso?
A CIG (Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género) apresentou uma queixa no DCIAP (Departamento Central de Investigação e Acção Penal) contra Pedro Arroja. “Crime” cometido pelo comentador do Porto Canal: chamou “esganiçadas” às deputadas do bloco de esquerda e acrescentou que não as queria “nem dadas”.
Fotografia de Mário Cruz (Lusa) — daqui |
O inquérito está em marcha. A moldura penal para o caso é de seis meses a cinco anos de prisão. Repito: Pedro Arroja chamou-lhes “esganiçadas” (o que mostra que o homem ouve mal) e disse que não as queria “nem dadas” (o que é, com elevada probabilidade, recíproco) e agora arrisca seis meses a cinco anos de prisão.
Não, isto não é uma peta de 1 de Abril: a senhora dona Mariana Mortágua, em declarações ao JN, achou muito bem esta queixa e quer que ela sirva de exemplo “em casos semelhantes”. Digo “senhora dona Mariana Mortágua” por duas razões: porque estas linhas podem ser chibadas à CIG, e porque, pelo que se tem visto, agora as cabeças falantes do bloco de esquerda julgam-se as novas “donas-disto-tudo”.
Este inquérito dá um recado — ai de quem “esganice” contra as senhoras donas deputadas do bloco. Leva com uma queixa da CIG (que, pelos modos, não tem mais nada que fazer) e submete-se a um inquérito do DCIAP (que, pelos modos, não tem mais nada que investigar).
Entendamo-nos: o senhor Arroja é um excêntrico especialista em disparates. Mas em Portugal há liberdade de expressão e as figuras políticas, sejam elas homens ou mulheres, têm que estar especialmente preparadas para a crítica dura, injusta, disparatada, merdosa.
A quem defende “liberdade de expressão sim, mas com respeitinho...”, e que puxa logo pela Kalashnikov judicial quando a crítica lhe bate à porta, pergunto: quantas vezes nos últimos anos viram bloquistas e aparentados a chamar “múmia” ao anterior presidente da república? Quantos inquéritos foram levantados por causa disso?
Na muche!
ResponderEliminarAlex, desta vez não usaste apenas olho, valeste-te igualmente da unhas. Grande e oportuna arranhadela!
És o maior, ó Alcídio!
Eliminar:-)