Dos olhos de Rubliev
in Andrey Rubliev, de Andrei Tarkovsky (1966) |
1.
Quando em Hilander-Athos surgiram
os primeiros tocadores de címbalos
e o seu cortejo foi saudado
com pétalas perfumadas
e grinaldas
na Porta Alta do Templo
Já lá vivia o monge Rubliev
o que chamavam pintor
2.
Creio
que ele só via
3.
pois
ver não é habitar
o espanto de as coisas serem?
Ver
não é a assombrosa revelação
da nossa cumplicidade
com o lume?
4.
Amo a luz profunda
dos olhos de Rubliev
o misterioso despertar desse brilho
tão real
amo os seus olhos
José Tolentino Mendonça
Comentários
Enviar um comentário