Ca-martelo*
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
1. A Estrada Nacional 2 (N2) é a coluna vertebral do país, atravessa-o de Chaves a Faro. São 738,5 quilómetros de rectas, curvas, subidas, descidas, planuras, paisagens belíssimas.
Depois de 8 de Dezembro de 2011, data em que foram accionados os pórticos da A24, a N2 reganhou trânsito. Sempre que posso é por lá que circulo.
Ora, no início daquele fatídico ano da bancarrota, na descida de Vale de Azia para a Ponte Pedrinha de Castro Daire, houve uma parte da N2 que colapsou talqualmente o país. Metade da estrada desapareceu. Um perigo: numa zona de curvas e pouca visibilidade, sobraram uma faixa de rodagem e um abismo.
Passou 2011. Passou 2012. Passou 2013. Passou 2014. Vários acidentes aconteceram ali. Felizmente, não morreu lá ninguém. Foi só no passado Verão, quatro anos depois, que a “Estradas de Portugal” (será este o nome? estão sempre a mudar o nome às instituições, nem vale a pena fixá-los...) avançou o concurso para acabar com aquela armadilha. Quatro anos. O caso foi contado na altura por este jornal. Sabe qual foi o custo daquilo? Um “balúrdio”. Trinta mil euros. Aquelas criaturas precisaram de quatro anos para fazer uma obra de... trinta mil euros.
2. Entretanto, em 14 de Outubro, saiu a portaria nº 357/2015 a fixar as taxas a pagar pelos “usos privativos do domínio público rodoviário do Estado”.
Precisa de compor um muro à beira de uma estrada nacional? Prepare 500 euros para abertura do processo, mais €146,50 para autorização da obra e mais cinco euros por cada metro de muro. Tem um acesso de garagem para a N2 ou para a N222? Prepare duzentos euros por ano para a “autoridade pública” das estradas.
Ó ministro Mário Centeno, o senhor que tem sido um campeão a martelar contas mude agora de ferramenta.
Largue o martelo e pegue num camartelo.
Faça o favor de demolir esta desvairada portaria da sua predecessora, a “sodona” Maria Luís Albuquerque.
Wikipédia |
Depois de 8 de Dezembro de 2011, data em que foram accionados os pórticos da A24, a N2 reganhou trânsito. Sempre que posso é por lá que circulo.
Ora, no início daquele fatídico ano da bancarrota, na descida de Vale de Azia para a Ponte Pedrinha de Castro Daire, houve uma parte da N2 que colapsou talqualmente o país. Metade da estrada desapareceu. Um perigo: numa zona de curvas e pouca visibilidade, sobraram uma faixa de rodagem e um abismo.
Passou 2011. Passou 2012. Passou 2013. Passou 2014. Vários acidentes aconteceram ali. Felizmente, não morreu lá ninguém. Foi só no passado Verão, quatro anos depois, que a “Estradas de Portugal” (será este o nome? estão sempre a mudar o nome às instituições, nem vale a pena fixá-los...) avançou o concurso para acabar com aquela armadilha. Quatro anos. O caso foi contado na altura por este jornal. Sabe qual foi o custo daquilo? Um “balúrdio”. Trinta mil euros. Aquelas criaturas precisaram de quatro anos para fazer uma obra de... trinta mil euros.
2. Entretanto, em 14 de Outubro, saiu a portaria nº 357/2015 a fixar as taxas a pagar pelos “usos privativos do domínio público rodoviário do Estado”.
Precisa de compor um muro à beira de uma estrada nacional? Prepare 500 euros para abertura do processo, mais €146,50 para autorização da obra e mais cinco euros por cada metro de muro. Tem um acesso de garagem para a N2 ou para a N222? Prepare duzentos euros por ano para a “autoridade pública” das estradas.
Ó ministro Mário Centeno, o senhor que tem sido um campeão a martelar contas mude agora de ferramenta.
Largue o martelo e pegue num camartelo.
Faça o favor de demolir esta desvairada portaria da sua predecessora, a “sodona” Maria Luís Albuquerque.
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