Boyices*

* Texto publicado hoje no Jornal do Centro


1. António Costa já tem aprovado na generalidade o orçamento deste ano. Como tem sido costume desde que caímos no pântano, orçamento novo significa impostos novos ou aumento de impostos velhos ou as duas coisas.

As “entradas de leão” do sr. Centeno na “Europa” acabaram em “saídas de sendeiro”: o homem austerizou mais mil milhões de euros e, para evitar um cartão vermelho, prometeu ainda mais tesouradas. Apesar de tudo, o ministro das finanças não “alevantou” as golas como fez Varoufakis no ano passado, com os resultados que se conhecem. Não ter acontecido esse filme de terror já foi bom. Foi bom, apesar do gozo da The Economist sobre os “protestos anti-austeritários” portugueses: chamou-lhes um “ladrar” que não “morde”.

Vai haver agora algum teatro no debate na especialidade. O Bloco e o PCP precisam de impor uns acrescentos ao orçamento, para poderem afagar o ego das suas bases: mais despesa que a máquina de calcular de Centeno lá terá de acomodar.

Depois de todo o fogo-de-artifício orçamental, ficará uma pergunta para ser respondida pelo tempo: as “medidas adicionais” prometidas pelo sr. Centeno àquele holandês do Eurogrupo com um nome impronunciável irão pôr o IVA a 25% já em 2016? Ou só em 2017?

A que acrescentaria outra: quando é que o ministro das finanças começa mesmo a travar a pulsão despesista da geringonça? É que fazer erratas a um orçamento é fácil, mas não há errata nenhuma que consiga recuperar dinheirinho gasto.

2. «Habemus boy!», alegra-se o PS-Viseu de António Borges. Há, finalmente, um lugarito de nomeação política no sul do distrito. Um. Unzinho. Um membro da família Ginestal foi posto a boss no Centro de Emprego Dão-Lafões.


Joaquim Santos
Entretanto, Joaquim Santos, o presidente da concelhia de Tondela do PS, ficou furioso com aquela colocação “às escondidas”.

Sobre o facto de o nomeado perceber tanto daquilo como um esquimó percebe de lagares de azeite não se pronunciou. Joaquim Santos sabe o que a casa gasta.

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