Mais dinheiro para menos?*
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
1. Fomos a votos há exactamente dois meses. Nada mau. A Alemanha esteve 86 dias sem governo. Cá as coisas resolveram-se em 53. Na Alemanha formou-se uma grande coligação com apoio superior a 70% no Bundestag que mantém os fundamentais da política germânica. Entre nós, não há coligação formal, há três “papéis” em que as esquerdas concordam em aumentar a despesa do estado e diminuir a receita.
De qualquer forma Cavaco Silva fez o que tinha a fazer. Cumpriu uma convenção não escrita mas que importava respeitar. Primeiro indigitou o líder do partido mais votado e só depois dele caído é que indicou o líder do segundo partido. Assim deverá ser feito no futuro.
A pressa da esquerda — que até aquela convenção queria atropelar — criou, logo a seguir, um teste muito interessante à natureza do regime: os deputados extinguiram o exame do quarto ano invadindo as competências do ministro da educação.
Se o PR se conformar com esta entorse à separação de poderes, deixa que o parlamento aumente os seus poderes à custa do governo. É um passo em frente para o parlamentarismo. É a sra. dona Catarina a armar-se em dona-disto-tudo à custa do sr. Costa. É as reuniões às terças no parlamento entre os partidos de esquerda serem mais importantes do que os conselhos de ministros às quintas.
2. O “Viseu Terceiro”, o concurso da câmara de Viseu para apoio à cultura em 2016, está a correr melhor que o anterior.
A câmara fez bem em ter feito um concurso para projectos novos e outro para os já consolidados. Além disso, escolheu um bom júri e criou condições para decidir na altura certa: ainda este ano ou no princípio de 2016.
Há agora um problema muito agudo. Este concurso tem muito mais verbas este ano: meio milhão de euros. Uma pipa de massa. O problema é que, como as candidaturas mais bem classificadas têm orçamentos muito altos, há o risco de a mais dinheiro corresponder um menor número de candidaturas contempladas.
1. Fomos a votos há exactamente dois meses. Nada mau. A Alemanha esteve 86 dias sem governo. Cá as coisas resolveram-se em 53. Na Alemanha formou-se uma grande coligação com apoio superior a 70% no Bundestag que mantém os fundamentais da política germânica. Entre nós, não há coligação formal, há três “papéis” em que as esquerdas concordam em aumentar a despesa do estado e diminuir a receita.
Fotografia de Alberto Frias Editada a partir daqui |
A pressa da esquerda — que até aquela convenção queria atropelar — criou, logo a seguir, um teste muito interessante à natureza do regime: os deputados extinguiram o exame do quarto ano invadindo as competências do ministro da educação.
Se o PR se conformar com esta entorse à separação de poderes, deixa que o parlamento aumente os seus poderes à custa do governo. É um passo em frente para o parlamentarismo. É a sra. dona Catarina a armar-se em dona-disto-tudo à custa do sr. Costa. É as reuniões às terças no parlamento entre os partidos de esquerda serem mais importantes do que os conselhos de ministros às quintas.
2. O “Viseu Terceiro”, o concurso da câmara de Viseu para apoio à cultura em 2016, está a correr melhor que o anterior.
A câmara fez bem em ter feito um concurso para projectos novos e outro para os já consolidados. Além disso, escolheu um bom júri e criou condições para decidir na altura certa: ainda este ano ou no princípio de 2016.
Há agora um problema muito agudo. Este concurso tem muito mais verbas este ano: meio milhão de euros. Uma pipa de massa. O problema é que, como as candidaturas mais bem classificadas têm orçamentos muito altos, há o risco de a mais dinheiro corresponder um menor número de candidaturas contempladas.
Comentários
Enviar um comentário