Taxas e destaxas *
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
1. O parlamento avança para a aprovação da taxa sobre os dispositivos electrónicos com memória (telemóveis, pens, computadores, boxes, ...), taxa que se aplica mesmo a aparelhos onde só vamos ter fotografias e vídeos pessoais.
As receitas obtidas vão ser geridas por uma putativa “Associação para a Gestão da Cópia Privada” que, por sua vez, as vai distribuir pelas associações de gestão de direitos de autor que, por sua vez, dividirão a receita sobrante por autores (40%), intérpretes (30%) e produtores (30% ). O que ultrapassar 15 milhões de euros vai para a fome de fomentar do “Fundo de Fomento Cultural”.
Há sempre um lobby capaz de pôr políticos a tirarem dinheiro aos cidadãos em seu benefício.
Um smartphone novo, com mais esta alcavala, poderá ficar mais caro quinze euros. Isto é uma taxa ou uma taxona, ministro Piiiires de Liiiiima?
2. Perante isto, há que achar os países sem esta taxa ou com uma menor para fazermos as nossas compras e perceber que a conversa dos “direitos de autor” em tempos de partilha online anda muito mal contada.
Para melhorarmos essa compreensão, nada melhor que procurar na net a notável reflexão feita em 15 de Novembro, no “Melbourne's Face The Music”, por Steve Albini (há décadas músico e engenheiro de som com centenas de discos editados e autor, em 1993, do importante ensaio “The Problem With Music”).
3. Quando um lobby consegue uma isenção, em vez de uma taxa passamos a ter uma destaxa.
Eis um exemplo recente de destaxa: os 1,8 milhões de euros perdoados ao Benfica pela câmara de Lisboa. Isenção que, graças ao alarido público, vai agora ser chumbada na assembleia municipal.
Os políticos não aprenderam nada com a bancarrota de 2011. Não aprenderam eles mas aprendeu a opinião pública que reagiu com violência a esta pouca-vergonha.
O país parece preparado para pregar um susto eleitoral aos partidos do sistema. É só aparecerem protagonistas novos credíveis.
1. O parlamento avança para a aprovação da taxa sobre os dispositivos electrónicos com memória (telemóveis, pens, computadores, boxes, ...), taxa que se aplica mesmo a aparelhos onde só vamos ter fotografias e vídeos pessoais.
As receitas obtidas vão ser geridas por uma putativa “Associação para a Gestão da Cópia Privada” que, por sua vez, as vai distribuir pelas associações de gestão de direitos de autor que, por sua vez, dividirão a receita sobrante por autores (40%), intérpretes (30%) e produtores (30% ). O que ultrapassar 15 milhões de euros vai para a fome de fomentar do “Fundo de Fomento Cultural”.
Há sempre um lobby capaz de pôr políticos a tirarem dinheiro aos cidadãos em seu benefício.
Um smartphone novo, com mais esta alcavala, poderá ficar mais caro quinze euros. Isto é uma taxa ou uma taxona, ministro Piiiires de Liiiiima?
Ensaio completo publicado no Guardian aqui |
Para melhorarmos essa compreensão, nada melhor que procurar na net a notável reflexão feita em 15 de Novembro, no “Melbourne's Face The Music”, por Steve Albini (há décadas músico e engenheiro de som com centenas de discos editados e autor, em 1993, do importante ensaio “The Problem With Music”).
3. Quando um lobby consegue uma isenção, em vez de uma taxa passamos a ter uma destaxa.
Eis um exemplo recente de destaxa: os 1,8 milhões de euros perdoados ao Benfica pela câmara de Lisboa. Isenção que, graças ao alarido público, vai agora ser chumbada na assembleia municipal.
Os políticos não aprenderam nada com a bancarrota de 2011. Não aprenderam eles mas aprendeu a opinião pública que reagiu com violência a esta pouca-vergonha.
O país parece preparado para pregar um susto eleitoral aos partidos do sistema. É só aparecerem protagonistas novos credíveis.
Pergunta taxada: alguém sabe dizer quanto vai pagar de IMI, com o fim da cláusula de salvaguarda?
ResponderEliminarNinguém fala disto?
José Carlos,
EliminarPergunta pertinentíssima a sua.
Não lhe sei dizer as consequências individuais do fim da cláusula travão do IMI, no concelho de Viseu resulta num jackpot para a câmara de 1,8 milhões de euros.
Pode conferir aqui no ponto 3 do primeiro Olho de Gato deste ano:
http://joaquimalexandrerodrigues.blogspot.pt/2015/01/personalidades-de-2014_2.html
Cumprimentos
Bom dia.
ResponderEliminarEste comentário tem por titulo:"Deprimente".
É deprimente começar a ver toda a gente com sacos de plástico duro nas mãos.
É deprimente porque em breve veremos as pessoas deixarem de fazer a separação dos lixos (o que foi um grande avanço de mentalidades e em que a CMViseu apostou muito,e bem) e volteremos ao sistema do "caldeirinho" dos nossos avós.
É deprimente porque a ganância esteve na dianteira do bem público.
É deprimente porque só me faz recordar os ex países de leste (mais notório na Urss) onde toda a gente andava sempre de saco pois a escassez de bens e as filas,para os adquirir, eram uma constante.
Moreira da Silva,n ministro dos plásticos,é deprimente!
PS se tiver tempo e paciência ainda hei-de escrever duas linhas a sugerir a taxação do cérebro desse Le Pen português chamado Nuno Melo. Tenha calma sr DrNuno Melo pois as "notícias sobre a morte de António Costa são nitidamente exageradas".
Deprimente,sr Nuno Pen Melo.