Endorfinas*
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
Há duas semanas foram vistos aqui os factores que os candidatos à câmara de Viseu controlam (ideias, listas e marketing) e, na semana passada, tratou-se daquilo que eles não controlam (a política nacional).
Chega agora a vez de se olhar para o dr. Ruas que, depois de seis mandatos e por imposição legal, abandona o seu gabinete no Rossio. Todas as semanas ele declara que está a sair contrariadíssimo, que quer regressar em 2017, e tem-se dedicado metodicamente à criação de condições para esse seu regresso.
O dr. Ruas quer estar em condições de poder recuperar um lugar que sente que lhe está a ser usurpado. A distribuição de subsídios — em que a visibilidade dos cheques às paróquias é peça importante — não é mais que uma ferramenta das várias por ele usadas para esse objectivo.
É necessário que se perceba esta relutância quase universal em largar-se posições de poder. Quando se dirige uma organização poderosa está-se sujeito a uma grande pressão, pressão a que o cérebro responde produzindo diariamente grande quantidade de endorfinas, endorfinas que causam dependência. O dr. Ruas neste Verão tem estado já a sentir, por antecipação, o síndrome de abstinência de endorfinas de que vai padecer no Outono.
Ponha-se com clareza a pergunta que parece que toda a gente tem medo de formular: e se o dr. Ruas cumpre mesmo a ameaça e se apresenta a votos daqui a quatro anos?
Ora, nesse caso, em 2017 só dois cenários podem acontecer: (i) ou o presidente da câmara é José Junqueiro e vai acontecer então o aguardadíssimo duelo directo entre as duas velhas raposas da política viseense; (ii) ou o presidente é António Almeida Henriques e a candidatura do dr. Ruas parte em cacos o PSD.
Está-se, portanto, perante esta situação paradoxal: não será melhor aos simpatizantes do dr. Ruas, para evitarem problemas no futuro, votarem agora em José Junqueiro?
Há duas semanas foram vistos aqui os factores que os candidatos à câmara de Viseu controlam (ideias, listas e marketing) e, na semana passada, tratou-se daquilo que eles não controlam (a política nacional).
Chega agora a vez de se olhar para o dr. Ruas que, depois de seis mandatos e por imposição legal, abandona o seu gabinete no Rossio. Todas as semanas ele declara que está a sair contrariadíssimo, que quer regressar em 2017, e tem-se dedicado metodicamente à criação de condições para esse seu regresso.
O dr. Ruas quer estar em condições de poder recuperar um lugar que sente que lhe está a ser usurpado. A distribuição de subsídios — em que a visibilidade dos cheques às paróquias é peça importante — não é mais que uma ferramenta das várias por ele usadas para esse objectivo.
É necessário que se perceba esta relutância quase universal em largar-se posições de poder. Quando se dirige uma organização poderosa está-se sujeito a uma grande pressão, pressão a que o cérebro responde produzindo diariamente grande quantidade de endorfinas, endorfinas que causam dependência. O dr. Ruas neste Verão tem estado já a sentir, por antecipação, o síndrome de abstinência de endorfinas de que vai padecer no Outono.
Ponha-se com clareza a pergunta que parece que toda a gente tem medo de formular: e se o dr. Ruas cumpre mesmo a ameaça e se apresenta a votos daqui a quatro anos?
Ora, nesse caso, em 2017 só dois cenários podem acontecer: (i) ou o presidente da câmara é José Junqueiro e vai acontecer então o aguardadíssimo duelo directo entre as duas velhas raposas da política viseense; (ii) ou o presidente é António Almeida Henriques e a candidatura do dr. Ruas parte em cacos o PSD.
Está-se, portanto, perante esta situação paradoxal: não será melhor aos simpatizantes do dr. Ruas, para evitarem problemas no futuro, votarem agora em José Junqueiro?
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