A direita, o 5 de Outubro e o 1 de Dezembro
As datas fundadores de Portugal são 5 de Outubro de 1143 — do Tratado de Zamora, e 1 de Dezembro de 1640 — da Restauração da Independência.
São exactamente estas datas — 5 de Outubro e 1 de Dezembro — que vão deixar de ser feriado civil, numa medida do governo para abaixar os custos do trabalho.
É certo que o 5 de Outubro que se "feriava" era o da Implantação da República e não o do Tratado de Zamora, mas não deixa de ser significativo que é quando Portugal está tutelado pelos credores que deixa cair a memória e a celebração de datas fundadoras da nação portuguesa.
Perante isto,
à direita,
só é audível
O PSD de Pedro Passos Coelho
respira com naturalidade o cosmopolitismo neo-liberal
e o CDS já não é o que foi em matéria de costumes e está a afastar-se da doutrina social da igreja.
São visíveis os sinais de que a direita portuguesa está em processo de
reconfiguração ideológica. Pedro Passos Coelho é o primeiro líder
pós-cavaquista do PSD e Paulo Portas, pelo menos para já, está a dar toda a força à
máquina de calcular de Vítor Gaspar.
Caro Alexandre,
ResponderEliminarComo sabe isto das datas tem muito que se lhe diga. No caso de alguma direita (e aqui o termo direita tb tem que se lhe diga)o 5 de Outubro não foi uma "festa" bonita. Até há quem afirme que o 5 de Outubro não passa de um mito. Segundo o mesmo pensamento a República aparece com a monarquia constitucional em pleno século XIX.
Abraço,
Caro Miguel
ResponderEliminarÉ claro isso que diz de 1910, a primeira república foi tudo menos um idílio democrático.
Com este post quis dizer três coisas:
— a polissemia do 5 de Out (1143, 1910) que é menos conhecido do que se devia;
— as datas fundadoras serem "desferiadas" sem a direita — que é suposto ser mais tradicional — mostrar incómodo de nenhuma espécie (Ribeiro e Castro vai ficar a pregar no deserto, embora o caso pode, no futuro, ser fermento de populismos provenientes daquele caldo político, logo se verá);
— e a transmutação ideológicas do PSD (que com PPC é largamente pós-cavaquista para não dizer anti-cavaquista — com uma visão muito mais liberal da presença do estado) e um afastamento do CDS dos seus valores tradicionais (embora, neste caso, os sinais são ainda ténues, ainda não há aqui divisável uma tendência firme).
Cumprimentos
Percebi e estou totalmente de acordo com o que afirma. Apenas vim "animar" a discussão.
ResponderEliminarAbraço.