O interruptor *

* Publicado hoje no Jornal do Centro

     1. Um dos assuntos mais tratados aqui no Olho de Gato foi, sem dúvida nenhuma, o problema das portagens nas SCUT.
     Era possível ter sido travada a implantação dos “chispes” das matrículas e dos pórticos electrónicos. Bastava termos tido no parlamento deputados que amassem a liberdade e não deixassem criar um Big-Brother que regista todas as movimentações dos cidadãos. Infelizmente, não tivemos deputados à altura.
     Também não tivemos autarcas à altura. No Algarve, a requalificação da N125, a alternativa à Via do Infante, já tem visto do Tribunal de Contas. Cá ninguém exigiu as obras necessárias para que o “velho” IP5 que sobrou, a N16 e a N2 pudessem dar agora alguma resposta ao aumento de trânsito que vão ter já este outono.
     Fernando Ruas não foi um Macário Correia. 

     2. Se das portagens se falou aqui muito, da Feira de S. Mateus pouco.
     Em 2003, era eu então líder da oposição na câmara de Viseu, disse aos jornalistas que na feira estava “tudo na mesma como a lesma”, tudo “parado no tempo”.
     O presidente da feira de então, Jorge Carvalho, irritado, respondeu que não precisava de um “iluminado” — o “iluminado” era eu, entenda-se... — para lhe dizer que a feira “estava na mesma” pois era assim que ele e a câmara queriam. Na altura, o presidente da câmara disse também que eles ficavam contentes quando lhes diziam que estava tudo na mesma. 
     Terminei assim este assunto na crónica de 12 de Setembro de 2003:  




"Não sei se a 
Feira de S. Mateus 
precisa de iluminados.


Mas sei 
— tenho a certeza 
absoluta — 
que a Feira 
não precisa de apagados."


    Depois de mais oito anos da mesma mesmice, o dr. Ruas lá teve que ligar o interruptor e designar um novo presidente da feira.
     Os holofotes estão agora virados para o trabalho de José Moreira. 
     Oxalá as expectativas se confirmem.

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