Os ditos cujos
Presidenciais (#1) *
1. O parlamento já não pode ser dissolvido este ano. Vamos ver o que vai acontecer no outono de 2011 quando se debater o orçamento de 2012. Para além do défice crónico do estado, na altura vai-se também ver se há por cá, ou não, um défice crónico de “cojones”. (Sarah Palin, esse exemplo de chá na política americana, tem os direitos de autor desta expressão.)
As próximas eleições em Portugal vão ser as presidenciais. Data provável: 23 de Janeiro. Faltam quatro meses.
Cavaco Silva parece em boa forma, desdizendo os rumores acerca da sua condição de saúde. A condecoração que recebeu de Bento XVI pôs um penso na ferida aberta à direita com a promulgação do casamento gay.
Fernando Nobre, um homem bom, talvez seja o único capaz de roubar alguns votos a Cavaco – o principal objectivo estratégico da esquerda na primeira volta.
Só que, apesar de ter feito um mau mandato, o presidente da república viu a sua recandidatura muito facilitada quando Alegre e Louçã impuseram a tenaz do facto consumado a Sócrates e ao PS.
Manuel Alegre não é nem carne nem peixe. Até já deixou cair uma das suas poucas bandeiras interessantes: a luta contra a corrupção e contra o conúbio entre a política e os negócios.
2. Na minha última intervenção política de fundo no PS, em 1 de Novembro de 2008, apresentei argumentos contra as candidaturas únicas que fazem da vida partidária um ritual albanês.
É mau para o PS-Viseu João Azevedo ficar sozinho na corrida à liderança distrital. Mas Miguel Ginestal, o outro “delfim” de José Junqueiro, ficou sem condições para ir a jogo à distrital, depois de ter eucaliptado o PS-concelhio nas últimas eleições à câmara de Viseu.
Resta aos militantes do PS esperarem que João Azevedo leve para a distrital a mesma boa qualidade do trabalho que está a fazer na câmara de Mangualde.
* publicado no Jornal do Centro
** imagem daqui
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