À espera*
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
No país político vive-se uma calmaria estranha — é a calma que antecede a tempestade com data anunciada: 10 de Novembro.
Nesse dia, já com manif marcada pelo sr. Arménio da CGTP para a Assembleia da República, ou a esquerda rejeita o governo de Pedro Passos Coelho ou António Costa perde o emprego.
Uma coisa é certa: aconteça o que acontecer, no dia a seguir é o S. Martinho, vai-se à adega e prova-se o vinho, os meninos nas escolas comem castanhas assadas e enfarruscam-se uns aos outros, caso tal ainda não seja desaconselhado pela Organização Mundial de Saúde.
Enquanto não chega a tempestade e a jeropiga, está tudo à espera. Os deputados tomaram posse, elegeram o presidente e os vice-presidentes da AR (até o Lacão...) e, depois, entraram numa espécie de férias.
Está tudo à espera do “papel” assinado entre António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa. Enquanto não aparece o tal “papel”, tudo é um jogo de sombras, um teatro que vai entretendo os papagaios que gralham a partir do vazio nas televisões.
Tudo à espera. O governo de Pedro Passos Coelho nem o esboço de orçamento se atreve a mandar para a “Europa”. Os media internacionais já começam a apresentar Portugal como “o doente que se segue” na eurozona.
Tudo à espera. Os candidatos presidenciais fingem-se de mortos quando lhe perguntam sobre o assunto mais quente que vai sobrar para o próximo inquilino do Palácio de Belém — quando vamos ter eleições legislativas antecipadas?
Maria de Belém vai visitando santas casas da misericórdia enquanto Sampaio “Diapasão” da Nóvoa, sem nada para dizer como de costume, elabora sobre o “tom de desafio” (sic) ou o “tom certo” (sic) dos discursos de Cavaco.
Já Marcelo Rebelo de Sousa tanto se adentra na Festa do Avante como fala na Voz do Operário, enquanto o PSD e o CDS — quais Nanni Moretti no filme “Abril” — baralham as mãos e imploram: «diga qualquer coisa de direita, professor!»
Está tudo à espera.
No país político vive-se uma calmaria estranha — é a calma que antecede a tempestade com data anunciada: 10 de Novembro.
Nesse dia, já com manif marcada pelo sr. Arménio da CGTP para a Assembleia da República, ou a esquerda rejeita o governo de Pedro Passos Coelho ou António Costa perde o emprego.
Uma coisa é certa: aconteça o que acontecer, no dia a seguir é o S. Martinho, vai-se à adega e prova-se o vinho, os meninos nas escolas comem castanhas assadas e enfarruscam-se uns aos outros, caso tal ainda não seja desaconselhado pela Organização Mundial de Saúde.
Enquanto não chega a tempestade e a jeropiga, está tudo à espera. Os deputados tomaram posse, elegeram o presidente e os vice-presidentes da AR (até o Lacão...) e, depois, entraram numa espécie de férias.
Fotografia editada a partir daqui |
Está tudo à espera do “papel” assinado entre António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa. Enquanto não aparece o tal “papel”, tudo é um jogo de sombras, um teatro que vai entretendo os papagaios que gralham a partir do vazio nas televisões.
Tudo à espera. O governo de Pedro Passos Coelho nem o esboço de orçamento se atreve a mandar para a “Europa”. Os media internacionais já começam a apresentar Portugal como “o doente que se segue” na eurozona.
Tudo à espera. Os candidatos presidenciais fingem-se de mortos quando lhe perguntam sobre o assunto mais quente que vai sobrar para o próximo inquilino do Palácio de Belém — quando vamos ter eleições legislativas antecipadas?
Maria de Belém vai visitando santas casas da misericórdia enquanto Sampaio “Diapasão” da Nóvoa, sem nada para dizer como de costume, elabora sobre o “tom de desafio” (sic) ou o “tom certo” (sic) dos discursos de Cavaco.
Já Marcelo Rebelo de Sousa tanto se adentra na Festa do Avante como fala na Voz do Operário, enquanto o PSD e o CDS — quais Nanni Moretti no filme “Abril” — baralham as mãos e imploram: «diga qualquer coisa de direita, professor!»
Está tudo à espera.
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