caminha pelo sangue
caminha pelo sangue, na pele
rugosa do amanhecer,
a tão pequena tosse do outro
lado das palavras: como se
se dividissem os sentidos,
a visão, o tato animal,
o veneno riscado, arrancado
às paredes da luz
e sobre o flanco abrisse
uma doença uma razão
meticulosa de existir,
um sofrimento a cada
instante mais veloz, mais ágil
uma secreta ausência perdoada
António Franco Alexandre
Comentários
Enviar um comentário