PPPPP – outra vez*
* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente quatro anos, em 5 de Março de 2010
1. Na última sexta-feira usei aqui a sigla PPP sem a esmiuçar. A coisa deu barraca. «PPP? Que raio é isso?» - perguntaram-me vários leitores.
PPP são Parcerias Público-Privadas, contratos entre entidades públicas e privadas para o fornecimento de serviços ou infra-estruturas ou ambos. Em resumo, o privado avança com a massa e o estado fica a pagar-lhe durante várias décadas uma renda.
O problema, como referi, é que do lado público estão políticos a pensarem na próxima eleição ou no próximo lugar que vão ter no sector privado e do outro lado estão grupos com pensamento estratégico de longo prazo.
Nem de propósito, também na sexta-feira passada, soube-se que estão a decorrer negociações para alteração dos contratos entre a empresa pública Estradas de Portugal e os rentistas das SCUTs. A ideia é diminuir os riscos dos privados, compensando-os da diminuição do volume de tráfego naquelas auto-estradas. O “para quê” disto adivinha-se.
Os grandes grupos económicos portugueses vivem desde sempre no seu nicho ecológico preferido: sentados ao colo do estado. De facto, em vez de PPP, temos PPPPP - Parcerias Prejuízos Públicos Proveitos Privados.
2. Cândida Almeida conseguiu ultrapassar a fosforescente Maria José Morgado em matéria de presença nos media. A procuradora-adjunta dá entrevistas atrás de entrevistas, numa cadência imparável. Até já teve uma rubrica semanal na Rádio Renascença.
O jornal I. destacou uma frase recente de Cândida Almeida: “Ele [José Sócrates], tal como a oposição, representa a democracia, o que significa que tenho de ser mais exigente na obtenção da prova para arquivar ou acusar.”
Isto é assustador. A criatura confessa praticar uma justiça especial para políticos. E ninguém estranha. E ninguém a demite.
1. Na última sexta-feira usei aqui a sigla PPP sem a esmiuçar. A coisa deu barraca. «PPP? Que raio é isso?» - perguntaram-me vários leitores.
PPP são Parcerias Público-Privadas, contratos entre entidades públicas e privadas para o fornecimento de serviços ou infra-estruturas ou ambos. Em resumo, o privado avança com a massa e o estado fica a pagar-lhe durante várias décadas uma renda.
O problema, como referi, é que do lado público estão políticos a pensarem na próxima eleição ou no próximo lugar que vão ter no sector privado e do outro lado estão grupos com pensamento estratégico de longo prazo.
Nem de propósito, também na sexta-feira passada, soube-se que estão a decorrer negociações para alteração dos contratos entre a empresa pública Estradas de Portugal e os rentistas das SCUTs. A ideia é diminuir os riscos dos privados, compensando-os da diminuição do volume de tráfego naquelas auto-estradas. O “para quê” disto adivinha-se.
Os grandes grupos económicos portugueses vivem desde sempre no seu nicho ecológico preferido: sentados ao colo do estado. De facto, em vez de PPP, temos PPPPP - Parcerias Prejuízos Públicos Proveitos Privados.
Cândida Almeida (fotografia daqui) |
O jornal I. destacou uma frase recente de Cândida Almeida: “Ele [José Sócrates], tal como a oposição, representa a democracia, o que significa que tenho de ser mais exigente na obtenção da prova para arquivar ou acusar.”
Isto é assustador. A criatura confessa praticar uma justiça especial para políticos. E ninguém estranha. E ninguém a demite.
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