Obrar*
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
Já se circulou mais rápido e com mais facilidade nas nossas estradas. Em 8 de Dezembro de 2011, data em que foram activados os pórticos na A24 e na A25, a região sofreu um rude golpe na sua economia e na sua mobilidade.
Agora, ou se anda a 50 à hora em vias secundárias, ou se pagam dez cêntimos por quilómetro de portagem. Só nas deslocações para sul, no IP3, ainda se vai conseguindo andar a uma velocidade razoável e sem portagens.
Quanto mais nos aproximamos da data do fim do memorando, mais se ouvem os políticos do costume com a conversa do costume. Vem aí outra vez "obra pública". Desta vez “obrar” diz-se “infraestruturas de valor acrescentado". É paleio tecnocrático para mais-uma-corrida-mais-uma-viagem... a caminho da quarta bancarrota da terceira república.
O Jornal do Centro, há duas semanas, entrevistou o secretário de estado das infraestruturas, transportes e comunicações, o mangualdense Sérgio Monteiro, e fez-lhe as perguntas que havia a fazer sobre o assunto.
No que diz respeito ao IP3, depois da ridícula moção aprovada por unanimidade na assembleia municipal de Viseu a pedir uma via com “perfil de auto-estrada” sem portagens, o secretário de estado explicou: “perfil de auto-estrada sem portagem... isso não existe.”
Mas Sérgio Monteiro foi mais longe: disse que não há fundos comunitários ou nacionais para fazer a auto-estrada Viseu-Coimbra e que ela só era possível com privados a obrarem-na. E lembrou os mais distraídos: “se tivermos um IP3 requalificado e ao lado uma auto-estrada, ninguém vai pela auto-estrada e, portanto, não haverá privados que a queiram fazer.”
Este abrir de jogo do secretário de estado contém duas explicações:
(i) explica por que razão a A24 e a A25 têm tão más alternativas;
(ii) explica que, se for feita a auto-estrada Viseu-Coimbra, o IP3 será destruído.
Senhores políticos locais, parem com a laracha do “perfil de auto-estrada” sem portagens e não deixem tocar no IP3, a não ser para uma requalificação decente que poupe vidas.
Já se circulou mais rápido e com mais facilidade nas nossas estradas. Em 8 de Dezembro de 2011, data em que foram activados os pórticos na A24 e na A25, a região sofreu um rude golpe na sua economia e na sua mobilidade.
Fotografia Olho de Gato |
Quanto mais nos aproximamos da data do fim do memorando, mais se ouvem os políticos do costume com a conversa do costume. Vem aí outra vez "obra pública". Desta vez “obrar” diz-se “infraestruturas de valor acrescentado". É paleio tecnocrático para mais-uma-corrida-mais-uma-viagem... a caminho da quarta bancarrota da terceira república.
O Jornal do Centro, há duas semanas, entrevistou o secretário de estado das infraestruturas, transportes e comunicações, o mangualdense Sérgio Monteiro, e fez-lhe as perguntas que havia a fazer sobre o assunto.
No que diz respeito ao IP3, depois da ridícula moção aprovada por unanimidade na assembleia municipal de Viseu a pedir uma via com “perfil de auto-estrada” sem portagens, o secretário de estado explicou: “perfil de auto-estrada sem portagem... isso não existe.”
Mas Sérgio Monteiro foi mais longe: disse que não há fundos comunitários ou nacionais para fazer a auto-estrada Viseu-Coimbra e que ela só era possível com privados a obrarem-na. E lembrou os mais distraídos: “se tivermos um IP3 requalificado e ao lado uma auto-estrada, ninguém vai pela auto-estrada e, portanto, não haverá privados que a queiram fazer.”
Este abrir de jogo do secretário de estado contém duas explicações:
(i) explica por que razão a A24 e a A25 têm tão más alternativas;
(ii) explica que, se for feita a auto-estrada Viseu-Coimbra, o IP3 será destruído.
Senhores políticos locais, parem com a laracha do “perfil de auto-estrada” sem portagens e não deixem tocar no IP3, a não ser para uma requalificação decente que poupe vidas.
Um dos temas mais importantes de Viseu. E tudo mudo e calado sobre o assunto. Nem uma voz local ou regional que lute por esta malfeitoria. Ruas, apoiante de Passos Coelho, preferiu proteger os interesses futuros, do que os interesses do concelho. Ganhou passaport para Bruxelas. Almeida Henriques, elemento dispensado deste governo, tem o futuro incerto e joga pelo seguro de carreira pessoal. Fica por cumprir a defesa do concelho. Temos terreno fertil para que surja um verdadeiro lider regional, que deixe de lado a carreira politica ou amiguismo dos partidos e nos defenda em Lisboa. Tem a seu lado mais gente do que os votos que alguma vez qualquer um dos citados teve.
ResponderEliminarO problema, caro Alexandre, é que ninguém vai querer requalificar o IP3 "de borla"! O SE diria que isso também já não existe! A mexerem-lhe, será sempre para o requalificar em auto-estrada, obviamente portajada. Arrisco sugerir que para "obrarem", mais vale estarem quietos e deixarem estar o que está como está. Bom fim-de-semana!
ResponderEliminarTenho ideia que o secretário de estado fala na possibilidade de uma requalificação "baratinha" — se bem me lembro, era esse o adjectivo (seja lá que isso quer dizer...)
EliminarBom fim-de-semana, caro Costa