Populismos *
Quer
à esquerda quer à direita, o populismo está à solta na velha
“europa”.
Todo
o populismo europeu é contra a austeridade e defende o estado
social. O de direita, além disso, defende também as “identidades”
nacionais, isto é, hostiliza a imigração e é anti-europeísta.
Como
explica Cas Mudde, o populismo vê as sociedades separadas em dois
campos homogéneos e antagónicos: o “povo puro” e a “elite
corrupta”. Tornado simples o que é complexo, os populistas vão à
procura de votos e estão a ter sucesso junto dos eleitorados,
tornando melindrosas as próximas eleições europeias.
Um
exemplo da Dinamarca: por respeito pelas dietas islâmicas, foram
tiradas as almôndegas de porco, um prato tradicional, das ementas do
jardins infantis. Isso está a ser usado com muito sucesso em
campanha por Mikkel Dencker, da extrema-direita, como exemplo da
“perda de identidade dinamarquesa”.
Em
Portugal, o PCP é o mais “patriótico” dos partidos mas não usa
assuntos de “identidade” na sua retórica. Estes têm ficado para
o CDS quando está fora do poder.
Desde
que os centristas são governo nunca mais se viu Hélder Amaral a
malhar na ASAE e a defender as nossas morcelas caseiras e o nosso
queijo fresco. O que, populismos à parte, é pena. É sempre bom
haver alguém capaz de impor bom-senso à ASAE.
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