Rossio *

* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente quatro anos, em 19 de Junho de 2009

1. Os Estados Unidos (o maior devedor mundial) e a China (o seu maior credor) estão obrigados a cooperarem e tentarem segurar a cotação do dólar.

Isso foi acordado em Londres, em Abril, entre Obama e Hu Jintao. 

Desde então, o corrupio entre Pequim e Washington não pára. 

No início do mês, o secretário do tesouro Timothy Geithner descreveu esta estratégia bilateral num notável discurso na universidade de Pequim que teve grande destaque noticioso em todo o mundo. Em Portugal os media ignoraram-no.

No período de debate, um dos estudantes fez a pergunta óbvia: 

«Os investimentos chineses na dívida americana estão seguros?» 

«Muito seguros» - respondeu Timothy Geithner. 

A audiência riu-se-lhe na cara.

2. As obras no Rossio foram, globalmente, positivas.
Merece aplauso a forma como a praça ficou amiga dos invisuais.



Os novos candeeiros são adequados. Espera-se a internet sem fios. Música ambiente não, por favor. É uma parolice. Quem quiser que traga som de casa e use auscultadores.

A iluminação do edifício da câmara trata diferentemente as paredes brancas e o granito. Contudo, os focos de luz em contra-picado não estão a resultar. Demasiadas sombras parasitas.

Agora é preciso:

i) Fazer um pequeno café com uma boa esplanada no sítio onde está o carrossel e demolir o actual café deixando o Rossio respirar, abrindo-o a sul para a Avenida 25 de Abril.

ii) Pedonalizar o troço à frente do Banco de Portugal e do painel de azulejos, criando um contínuo livre de carros entre o Rossio, a Rua da Paz e a Rua Formosa. 

Ganha-se sossego e espaço.

3. Atenção! As tílias do Rossio estão quase, quase no máximo do seu perfume…

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