Chega *

* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente quatro anos, em 5 de Junho de 2009

1. O El País, no último domingo, trazia uma notícia com o seguinte título: “Banca a la deriva en Portugal”. De facto, os casos BPP e BPN são uma vergonha. E a nossa supervisão bancária também.

Os banqueiros implicados devem ser postos a ler livros debaixo do mesmo tecto que abriga o senhor Oliveira e Costa. 

E o Banco de Portugal precisa de novo governador. Deste já chega.

Vítor Constâncio é a estátua mais bem paga do país.

Ficou imóvel durante anos enquanto os bancos atropelavam os clientes nos arredondamentos dos juros. 

A sua quietação não conheceu nenhuma inquietação durante os anos de gatunagem no BPN. E isso ficou caro ao país. Muito caro. 

Já chega.

2. Há cinco anos, as europeias tiveram em Viseu um ponto alto com Sousa Franco a fazer uma intervenção política brilhante, pontuada com a exibição de cartões amarelos ao então primeiro-ministro Durão Barroso. A sala foi ao rubro.

Dias depois, Sousa Franco faleceu em plena campanha eleitoral, em circunstâncias dramáticas, em Matosinhos.

As europeias de 2004 foram importantes e levaram à deserção de Barroso para a “Europa”. Este ano, as eleições europeias são a feijões.

Sete em cada dez portugueses não devem ir votar. Os partidos à esquerda do PS vão passar de três eurodeputados para quatro e os partidos à direita do PS ficam com os mesmos nove ou aumentam para dez.

3. Tanto José Sócrates como Manuela Ferreira Leite têm mostrado humildade e realismo. 

Sócrates veio em força para o terreno porque teve a humildade de perceber que o candidato que escolheu, Vital Moreira, está muito enferrujado. 

Já Manuela Ferreira Leite ficou mais por casa porque teve a humildade de perceber que a sua presença só desajuda Paulo Rangel.

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