Limões *
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
1. Em 1970, o economista George Akerlof publicou o seu ensaio "Mercado dos limões: incerteza da qualidade e mecanismo do mercado". Nele explica-se que, nos casos em que existe uma grande assimetria de informação entre o vendedor e o comprador e em que não é fácil avaliar a qualidade do produto, as pessoas reduzem o risco de serem enganadas se pensarem que toda a gente as quer enganar.
É claro que estes “limões” não são os frutos dos limoeiros. “Limões”, aqui, é o calão norte-americano correspondente ao nosso “charutos”. Refere-se a carros usados em mau estado. “Charutos” pelo fumo malcheiroso, "limões" pela amargueza que trazem à vida do comprador.
Ora, explicou Akerlof, a “dúvida metódica” do comprador perante a conversa do vendedor — que diz sempre que o carro está óptimo — faz com que as pessoas tendam a atribuir aos carros um valor médio. Os automóveis de boa qualidade, conhecidos como “ameixas” nos EUA e como “vitelinhas” entre nós, são avaliados para baixo e os de má qualidade para cima. Como explicou o prémio nobel Akerlof, o resultado é as “ameixas” saírem do mercado que fica entregue aos “limões”.
O mau expulsa o bom. Na lei de Gresham, “a má moeda” expulsa “a boa moeda”. Nesta lei de Akerlof, “o limão” expulsa “a ameixa”.
2. Há umas semanas, o sempre bem informado director deste jornal descreveu aqui o “nervoso miudinho” que vai no PS por um lugarito na lista de deputados.
O jornalista António Figueiredo contou-nos que o líder distrital António Borges, em vez das prometidas primárias, prefere agora precaver-se de problemas produzindo prudentemente uma lista deputacional em “pequeno comité”.
E que, na corrida, a seguir a António Borges, alinham-se acartadores da pasta do chefe, gente bem posicionada dentro do partido mas que, fora dele, quando abre a boca faz perder votos. Alguns nomes: Miguel Ginestal, José Rui Cruz, Lúcia Silva, Marisabel Moutela.
É caso para perguntar: no PS-Viseu já só há “limões”?
1. Em 1970, o economista George Akerlof publicou o seu ensaio "Mercado dos limões: incerteza da qualidade e mecanismo do mercado". Nele explica-se que, nos casos em que existe uma grande assimetria de informação entre o vendedor e o comprador e em que não é fácil avaliar a qualidade do produto, as pessoas reduzem o risco de serem enganadas se pensarem que toda a gente as quer enganar.
Imagem daqui |
Ora, explicou Akerlof, a “dúvida metódica” do comprador perante a conversa do vendedor — que diz sempre que o carro está óptimo — faz com que as pessoas tendam a atribuir aos carros um valor médio. Os automóveis de boa qualidade, conhecidos como “ameixas” nos EUA e como “vitelinhas” entre nós, são avaliados para baixo e os de má qualidade para cima. Como explicou o prémio nobel Akerlof, o resultado é as “ameixas” saírem do mercado que fica entregue aos “limões”.
O mau expulsa o bom. Na lei de Gresham, “a má moeda” expulsa “a boa moeda”. Nesta lei de Akerlof, “o limão” expulsa “a ameixa”.
2. Há umas semanas, o sempre bem informado director deste jornal descreveu aqui o “nervoso miudinho” que vai no PS por um lugarito na lista de deputados.
O jornalista António Figueiredo contou-nos que o líder distrital António Borges, em vez das prometidas primárias, prefere agora precaver-se de problemas produzindo prudentemente uma lista deputacional em “pequeno comité”.
Fotografia do FB de António Borges |
É caso para perguntar: no PS-Viseu já só há “limões”?
Limões amargos, sem sumo!
ResponderEliminarSem sumo e sem rumo!
EliminarO ps anda à deriva e estes nomes são fracos para o grau de exigência que se pretende de um deputado.
No dia Teatro a na casa da democracia portuguesa houve uma importante votação: apoiar ao jornalista angolano Rafael Marques. Este Homem tem denunciado com coragem e risco os negócios ilícitos de governantes angolanos.
ResponderEliminarResultado da votação: Bloco de Esquerda e cinco deputados socialistas a favor.
Algum socialista é deputado por Viseu? NÃO !
Resto do Parlamento, contra!
E o povo,pá?
Têm fome? Comam brioche (como respondeu a rainha francesa).
Estávamos nas vésperas da Revolução Francesa.
E passa mal o povo angolano...
Mas em Portugal quem clama pelo povo também tem telhados de vidro. Pois é PCP...
Nestes dias todos os partidos estão dominados pela miopia das folhas de cálculo e das sondagens.
Sejamos universalistas e plurais na intransigente defesa dos valores da liberdade e da democracia.
E ainda falamos de "limões"!!??
Estes estão podres...
Não há sumo novo no PS VISEU!
Para que não restem dúvidas.
ResponderEliminarPara que não pensem que o texto pedia "o céu e a terra".
Para que não haja dúbias interpretações.
Para que saibam o que não votaram (TODOS) os deputados de Viseu do PS / PPD e CDS, aqui fica o texto.
"Rafael Marques tem sido frequentemente perseguido por responsáveis do Governo de Angola, como denunciam várias organizações internacionais como a Amnistia Internacional. O julgamento que presentemente enfrenta é apenas resultado do legítimo exercício do direito de liberdade de expressão, reconhecido e garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e, inclusive, pela Constituição de Angola, nos seus artigos 40 e 44, assim como por outros instrumentos jurídicos dos quais Angola é signatária, como são exemplo a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos e o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos.
Assim, a Assembleia da República, reunida em plenário:
Reafirma o seu empenho na defesa da liberdade de expressão e dos direitos dos jornalistas em todos os países e a sua oposição à respetiva condenação com fundamentos em delitos de opinião;
Manifesta a sua solidariedade para com Rafael Marques pela coragem demonstrada na defesa da liberdade de expressão em Angola;
Condena a perseguição de que Rafael Marques continua a ser vítima em Angola e apela às autoridades e instâncias judiciais angolanas para que velem no sentido de ser anulado o julgamento."
Recordando, o sr Gaspar: "Que palavras não entenderam?"
Que palavras da luta deste Homem por um país de desenvolvimento,para todos, de liberdade , de democracia , não entenderam?
E depois "somos todos Charlie", não é???
É por essas e por outras que, como dizia o prof Mota Pinto: "Gosto sempre de ter as chaves do carro no bolso."
Nem para limões servem..