Legislativas (#3)*
* Texto publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 9 de Outubro de 2025
1. Tal como em 2009, as eleições de domingo vão resultar num governo minoritário. A maioria de esquerda de há seis anos com 128 deputados foi estéril, a de agora com 122 estéril vai ser.
A esquerda está mais fraca e essa fraqueza reside no PS que, desde a bancarrota financeira e ética do socratismo, nunca mais pôde com uma gata pelo rabo (o deputado do PAN me perdoe a metáfora).
Em 2009, Sócrates sabia que era impossível um “ménage à trois” com Louçã e Jerónimo. Agora, seis anos depois, temos a mesma matemática e o mesmo amor. Costa e Jerónimo nunca vão ser o “Jules e Jim” de Catarina Martins, nem que os fechemos aos três na mesma sala a ver, em sessões contínuas, a obra-prima de Truffaut.
A maioria de esquerda há-de servir para acabar com o aconselhamento psicológico obrigatório às mulheres antes de um aborto, essa aberração que a direita impôs já este ano, e há-de servir para outras matérias civilizacionais. Por exemplo, na eutanásia. E há-de servir para impedir alguns excessos da direita. Para pouco mais servirá.
2. Pedro Passos Coelho teve nervos de aço e adoptou uma estratégia nada intuitiva: quanto menos fizesse ou dissesse, melhor.
A esta campanha zen e breve da direita, respondeu Costa com um longo e arrastado chorrilho de asneiras — socratizou em Outubro e syrizou em Janeiro; entregou as listas ao aparelho em vez de fazer primárias e encerrou a campanha com uma ideia eleitoralmente tóxica: galambizar, perdão, chumbar o orçamento mesmo ainda antes dele estar feito.
3. Mesmo depois de quatro anos duros, a direita viseense conseguiu ganhar em todos os concelhos e manter os mesmos seis deputados. Mérito de Mota Faria, demérito de António Borges, o líder distrital do PS.
Em 2013, António Borges escolheu para lhe suceder em Resende um fraquíssimo presidente da câmara. Em 2014 arrastou o concelho para o beco-sem-saída segurista. Abusou daquela boa gente e agora levou a paga: nem lá conseguiu ganhar.
1. Tal como em 2009, as eleições de domingo vão resultar num governo minoritário. A maioria de esquerda de há seis anos com 128 deputados foi estéril, a de agora com 122 estéril vai ser.
A esquerda está mais fraca e essa fraqueza reside no PS que, desde a bancarrota financeira e ética do socratismo, nunca mais pôde com uma gata pelo rabo (o deputado do PAN me perdoe a metáfora).
Em 2009, Sócrates sabia que era impossível um “ménage à trois” com Louçã e Jerónimo. Agora, seis anos depois, temos a mesma matemática e o mesmo amor. Costa e Jerónimo nunca vão ser o “Jules e Jim” de Catarina Martins, nem que os fechemos aos três na mesma sala a ver, em sessões contínuas, a obra-prima de Truffaut.
A maioria de esquerda há-de servir para acabar com o aconselhamento psicológico obrigatório às mulheres antes de um aborto, essa aberração que a direita impôs já este ano, e há-de servir para outras matérias civilizacionais. Por exemplo, na eutanásia. E há-de servir para impedir alguns excessos da direita. Para pouco mais servirá.
2. Pedro Passos Coelho teve nervos de aço e adoptou uma estratégia nada intuitiva: quanto menos fizesse ou dissesse, melhor.
A esta campanha zen e breve da direita, respondeu Costa com um longo e arrastado chorrilho de asneiras — socratizou em Outubro e syrizou em Janeiro; entregou as listas ao aparelho em vez de fazer primárias e encerrou a campanha com uma ideia eleitoralmente tóxica: galambizar, perdão, chumbar o orçamento mesmo ainda antes dele estar feito.
3. Mesmo depois de quatro anos duros, a direita viseense conseguiu ganhar em todos os concelhos e manter os mesmos seis deputados. Mérito de Mota Faria, demérito de António Borges, o líder distrital do PS.
Em 2013, António Borges escolheu para lhe suceder em Resende um fraquíssimo presidente da câmara. Em 2014 arrastou o concelho para o beco-sem-saída segurista. Abusou daquela boa gente e agora levou a paga: nem lá conseguiu ganhar.



Comentários
Enviar um comentário