Dei-te um nome em minha cama

Dei-te um nome em minha cama 
Aberta no meu outono
Depois amei-te em silêncio 
Que é uma forma de abandono;
Dei-te um nome em minha cama
Rasgada em lençóis de sono

Tentei ser tudo o que era 
Nas horas da mão parada
Corpo e campo aberto ao vento
Que encaminha a madrugada;
Tentei ser a primavera
E cantei meu triste nada

Vi-te ao canto da memória 
Por te viver e sonhar
Amor d'amor sem glória 
Como um rio ao começar;
Que te vai contando a história
Onde eu não posso morar

Dei-te um nome em minha cama 
Aberta no meu outono
Depois, amei-te em silêncio 
Que é uma forma de abandono;
Dei-te um nome em minha cama
Rasgada em lençóis de sono
Vasco de Lima Couto





Comentários

Mensagens populares