Pára-quedistas*
* Texto publicado hoje no Jornal do Centro
1. As coisas na “Europa” não andam bem e isso não admira: é difícil ter pedal para aguentar reuniões atrás de reuniões madrugada dentro. Grupos grandes tendem a decidir mal, grupos grandes e com sono é asneira certa.
A Grécia está a ser governada por uma coligação de nacionalistas de extrema-esquerda e de extrema-direita. Ora, como não gostam da decisão supra-nacional, os nacionalistas vão pondo paus o mais que podem na engrenagem europeia. Em poucos meses, a dupla Tsipras-Kamménos conseguiu duas coisas: secar os bancos gregos e duplicar o número de eurocépticos e anti-europeus.
Marine Le Pen, Nigel Farage, Pablo Iglésias, e demais nacionalistas europeus, aplaudem os seus congéneres de Atenas.
O sr. Putin esfrega as mãos.
A máquina de simplificação populista que ele teleguia está mais eficaz do que nunca.
Depois do espalhanço syrízico, os papagaios nas televisões repetem agora um novo mantra: «a 'Europa' morreu». Claro que a UE não morreu, mas precisa de ser retirada do seu labirinto antidemocrático e autoritário.
Os cidadãos têm que poder eleger directamente o “sr. Europa" ou a "sra. Europa", um eleito que trate do interesse europeu pelo menos tão bem como Angela Merkel trata do interesse alemão.**
2. Em 2011, António Almeida Henriques, José Junqueiro e Hélder Amaral livraram o distrito de Viseu de cabeças-de-lista pára-quedistas. Este ano esse pleno já não é possível. Já foi anunciado: o PS vai ter uma pára-quedista. Pior ainda: vai ser uma figura política de meio da tabela.
O pára-quedismo político costuma ser visto como uma humilhação a quem tem de acomodar o "migrante". É, de facto, uma humilhação, especialmente para António Borges. Junqueiro tinha estatura para cabeça de lista, ele não.
Mas a humilhação não é só para quem recebe. A humilhação também é para quem é recebido. A primeira pergunta a fazer à cabeça de lista do PS é esta: «Maria Manuel Leitão Marques, por que razão o PS-Coimbra não a quis?»
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** Leitura complementar aqui
1. As coisas na “Europa” não andam bem e isso não admira: é difícil ter pedal para aguentar reuniões atrás de reuniões madrugada dentro. Grupos grandes tendem a decidir mal, grupos grandes e com sono é asneira certa.
A Grécia está a ser governada por uma coligação de nacionalistas de extrema-esquerda e de extrema-direita. Ora, como não gostam da decisão supra-nacional, os nacionalistas vão pondo paus o mais que podem na engrenagem europeia. Em poucos meses, a dupla Tsipras-Kamménos conseguiu duas coisas: secar os bancos gregos e duplicar o número de eurocépticos e anti-europeus.
Fotografia daqui |
O sr. Putin esfrega as mãos.
A máquina de simplificação populista que ele teleguia está mais eficaz do que nunca.
Depois do espalhanço syrízico, os papagaios nas televisões repetem agora um novo mantra: «a 'Europa' morreu». Claro que a UE não morreu, mas precisa de ser retirada do seu labirinto antidemocrático e autoritário.
Os cidadãos têm que poder eleger directamente o “sr. Europa" ou a "sra. Europa", um eleito que trate do interesse europeu pelo menos tão bem como Angela Merkel trata do interesse alemão.**
2. Em 2011, António Almeida Henriques, José Junqueiro e Hélder Amaral livraram o distrito de Viseu de cabeças-de-lista pára-quedistas. Este ano esse pleno já não é possível. Já foi anunciado: o PS vai ter uma pára-quedista. Pior ainda: vai ser uma figura política de meio da tabela.
O pára-quedismo político costuma ser visto como uma humilhação a quem tem de acomodar o "migrante". É, de facto, uma humilhação, especialmente para António Borges. Junqueiro tinha estatura para cabeça de lista, ele não.
Mas a humilhação não é só para quem recebe. A humilhação também é para quem é recebido. A primeira pergunta a fazer à cabeça de lista do PS é esta: «Maria Manuel Leitão Marques, por que razão o PS-Coimbra não a quis?»
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