Sons *

* Texto publicado no Jornal do Centro em 24 de Outubro de 2008 


     1. Circula na net uma reportagem televisiva que anuncia um ministro “apanhado” pelos microfones. É uma maldade que a TVI fez em Bruxelas ao ministro Rui Pereira.
     Vê-se um plano rápido de uma loura e, logo a seguir, ouve-se Rui Pereira a sussurrar um comentário para o lado acerca duma “rapariga toda giraça”.

      Depois, Rui Pereira lembra-se onde está, tem um pressentimento, e diz: “com os microfones direccionais, uma pessoa tem que ter cuidado com estas conversas”.
     Este “jornalismo” de emboscada faz mais mal à imagem da TVI que ao ministro. Rui Pereira mostrou que é humano o que só abona em seu favor.

     2. Assisti na televisão, no início do Suécia - Portugal, ao momento sempre solene do hino. A câmara foi focando, um a um, os futebolistas portugueses a cantarem o “heróis do mar”. Quando um era focado, ouvia-se a sua voz. Uma desgraça! Os nossos “egrégios avós” devem ter dado voltas nos túmulos com tamanha desafinação!

     3. Quando assistimos à actuação de um coro ao vivo e sem amplificação, ouvimos o resultado sinérgico de todas as vozes e, ao mesmo tempo, conseguimos distinguir perfeitamente a voz de um cantor ou de uma cantora bastando, para isso, fixar o olhar naquele ou naquela cuja voz desejamos ouvir mais individualizada.
     Nenhum sistema electrónico de som é capaz de reproduzir isto. Nem o surround mais sofisticado consegue reproduzir com exactidão a espacialidade do som.

     4. O universo fascinante do som é muito bem documentado em Soundwalkers, da viseense Raquel Castro que pode “ouver” na net. O filme acha-se facilmente com o Google. É uma meia hora muito interessante.


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