tag:blogger.com,1999:blog-6150660530538798740.post8749008271820279501..comments2024-01-01T19:07:40.967+00:00Comments on Olho de Gato: A casa do caralhoJoaquim Alexandre Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/04497325384148578187noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-6150660530538798740.post-54286209911586486742018-05-30T08:42:27.823+01:002018-05-30T08:42:27.823+01:00Bom dia e boa semana.
Da Séria - “No tempo em qu...Bom dia e boa semana. <br /><br />Da Séria - “No tempo em que” havia músicos a fazer intervenção política.<br />Hoje: José Mário Branco – “Eh! Companheiro” e curioso coincidência que os recentes posts do Sr Gato se intitulam: “MORAL” (o que falta) E “A casa do caralho” (para onde apetece mandar muita boa gente…). Nestes tempos de políticos manhosos que “esquecem as regras da transparência” (mero engano) ou confundem a sua morada oficial com a do partido…<br /><br />Recordo a canção “Eh! Companheiro” e a sua mensagem anti-regime e reconheço que foi das músicas que mais me marcou no antes 25 Abril. Chamo a atenção para o brilhante poema de Sérgio Godinho e para o ritmo sequenciado dos instrumentos (violinos) / coro e sobretudo o matraquear (forte e lutador) do piano.<br />José Mário Branco vai para o exílio em 1963 e escolhe viver em Paris onde toma contacto com os bidonville e as duras condições dos emigrantes. Foi membro do Partido Comunista, fundador do GAC, da Comuna e do Bloco de Esquerda, é vulto incontornável da música nacional mas também do activismo político dando um renovado significado à “máxima resistir é vencer”. <br />Ao longo da carreira, um princípio fundamental norteou sempre as posições de José Mário Branco: a defesa intransigente da música portuguesa; factor aliado ao colocar a canção ao serviço da luta dos trabalhadores, mas nunca aceitou que os critérios políticos ultrapassem os critérios estéticos. Como se verifica, na sua qualidade de produtor, de Camané.<br /><br />Serve ainda este texto para recordar que conheci as palavras (entrevista) do Zé Mário através da revista “Mundo da Canção”, fundada em 1969, no Porto, pelo Avelino Tavares. Revista pioneira e de grande qualidade na divulgação da música popular nacional e estrangeira. Como dizia no seu editorial: “A música é a expressão mais importante da reivindicação da juventude de todo o mundo e tu, Jovem de Portugal, tens uma palavra a dizer”.<br /><br />“Eh! Companheiro”, enquanto houver memória cá estaremos para te cantar e divulgar: <br />“Só tem medo desses muros / quem tem muros no pensar”.<br /><br />José Mário Branco – “Eh! Companheiro”<br />https://youtu.be/kCarZNZGrIU<br /><br />Eh! Companheiro aqui estou<br />aqui estou pra te falar<br />Estas paredes me tolhem<br />os passos que quero dar<br />uma é feita de granito<br />não se pode rebentar<br />outra de vidro rachado<br />p'ras duas pernas cortar<br /><br />Eh! Companheiro resposta<br />resposta te quero dar<br />Só tem medo desses muros<br />quem tem muros no pensar<br />todos sabemos do pássaro<br />cá dentro a qu'rer voar<br />se o pensamento for livre<br />todos vamos libertar<br /><br />Eh! Companheiro eu falo<br />eu falo do coração<br />Já me acostumei à cor<br />desta negra solidão<br />já o preto que vai bem<br />já o branco ainda não<br />não sei quando vem o vento<br />pra me levar de avião<br /><br />Eh! Companheiro respondo<br />respondo do coração<br />ser sozinho não é sina<br />nem de rato de porão<br />faz também soprar o vento<br />não esperes o tufão<br />põe sementes do teu peito<br />nos bolsos do teu irmão<br /><br />Eh! Companheiro vou falar<br />vou falar do meu parecer<br />Vira o vento muda a sorte<br />toda a vida ouvi dizer<br />soprou muita ventania<br />não vi a sorte crescer<br />meu destino e sempre o mesmo<br />desde moço até morrer<br /><br />Eh! Companheiro aqui estou<br />aqui estou p'ra responder<br />Sorte assim não cresce a toa<br />como urtiga por colher<br />cresce nas vinhas do povo<br />leva tempo a amadur'cer<br />quando mudar seu destino<br />está ao alcance de um viver<br /><br />Eh! Companheiro aqui estou<br />aqui estou pra te falar<br />De toda a parte me chamam<br />não sei p'ra onde me virar<br />uns que trazem fechadura<br />com portas para espreitar<br />outros que em nome da paz<br />não me deixam nem olhar<br /><br />Eh! Companheiro resposta<br />resposta te quero dar<br />Portas assim foram feitas<br />p'ra se abrir de par em par<br />não confundas duas coisas<br />cada paz em seu lugar<br />pela paz que nos recusam<br />muito temos de lutar.<br />JBnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6150660530538798740.post-70656073053850710482018-05-29T13:45:18.223+01:002018-05-29T13:45:18.223+01:00Bom dia e boa semana.
Da Séria - “No tempo em qu...Bom dia e boa semana. <br /><br />Da Séria - “No tempo em que” havia músicos a fazer intervenção política.<br />Hoje: José Mário Branco – “Eh! Companheiro” e curioso coincidência que os recentes posts do Sr Gato se intitulam: “MORAL” (o que falta) E “A casa do caralho” (para onde apetece mandar muita boa gente…). Nestes tempos de políticos manhosos que “esquecem as regras da transparência” (mero engano) ou confundem a sua morada oficial com a do partido…<br /><br />Recordo a canção “Eh! Companheiro” e a sua mensagem anti-regime e reconheço que foi das músicas que mais me marcou no antes 25 Abril. Chamo a atenção para o brilhante poema de Sérgio Godinho e para o ritmo sequenciado dos instrumentos (violinos) / coro e sobretudo o matraquear (forte e lutador) do piano.<br /><br />José Mário Branco vai para o exílio em 1963 e escolhe viver em Paris onde toma contacto com os bidonville e as duras condições dos emigrantes. Foi membro do Partido Comunista, fundador do GAC, da Comuna e do Bloco de Esquerda, é vulto incontornável da música nacional mas também do activismo político dando um renovado significado à “máxima resistir é vencer”. <br />Ao longo da carreira, um princípio fundamental norteou sempre as posições de José Mário Branco: a defesa intransigente da música portuguesa; factor aliado ao colocar a canção ao serviço da luta dos trabalhadores, mas nunca aceitou que os critérios políticos ultrapassem os critérios estéticos. Como se verifica, na sua qualidade de produtor, de Camané.<br /><br />Serve ainda este texto para recordar que conheci as palavras (entrevista) do Zé Mário através da revista “Mundo da Canção”, fundada em 1969, no Porto, pelo Avelino Tavares. Revista pioneira e de grande qualidade na divulgação da música popular nacional e estrangeira. Como dizia no seu editorial: “A música é a expressão mais importante da reivindicação da juventude de todo o mundo e tu, Jovem de Portugal, tens uma palavra a dizer”.<br /><br />“Eh! Companheiro”, enquanto houver memória cá estaremos para te cantar e divulgar: <br />“Só tem medo desses muros / quem tem muros no pensar”.<br /><br />José Mário Branco – “Eh! Companheiro”<br />https://youtu.be/kCarZNZGrIU<br /><br />Eh! Companheiro aqui estou<br />aqui estou pra te falar<br />Estas paredes me tolhem<br />os passos que quero dar<br />uma é feita de granito<br />não se pode rebentar<br />outra de vidro rachado<br />p'ras duas pernas cortar<br /><br />Eh! Companheiro resposta<br />resposta te quero dar<br />Só tem medo desses muros<br />quem tem muros no pensar<br />todos sabemos do pássaro<br />cá dentro a qu'rer voar<br />se o pensamento for livre<br />todos vamos libertar<br /><br />Eh! Companheiro eu falo<br />eu falo do coração<br />Já me acostumei à cor<br />desta negra solidão<br />já o preto que vai bem<br />já o branco ainda não<br />não sei quando vem o vento<br />pra me levar de avião<br /><br />Eh! Companheiro respondo<br />respondo do coração<br />ser sozinho não é sina<br />nem de rato de porão<br />faz também soprar o vento<br />não esperes o tufão<br />põe sementes do teu peito<br />nos bolsos do teu irmão<br /><br />Eh! Companheiro vou falar<br />vou falar do meu parecer<br />Vira o vento muda a sorte<br />toda a vida ouvi dizer<br />soprou muita ventania<br />não vi a sorte crescer<br />meu destino e sempre o mesmo<br />desde moço até morrer<br /><br />Eh! Companheiro aqui estou<br />aqui estou p'ra responder<br />Sorte assim não cresce a toa<br />como urtiga por colher<br />cresce nas vinhas do povo<br />leva tempo a amadur'cer<br />quando mudar seu destino<br />está ao alcance de um viver<br /><br />Eh! Companheiro aqui estou<br />aqui estou pra te falar<br />De toda a parte me chamam<br />não sei p'ra onde me virar<br />uns que trazem fechadura<br />com portas para espreitar<br />outros que em nome da paz<br />não me deixam nem olhar<br /><br />Eh! Companheiro resposta<br />resposta te quero dar<br />Portas assim foram feitas<br />p'ra se abrir de par em par<br />não confundas duas coisas<br />cada paz em seu lugar<br />pela paz que nos recusam<br />muito temos de lutar.<br />JBnoreply@blogger.com