tag:blogger.com,1999:blog-6150660530538798740.post3587367092572721318..comments2024-01-01T19:07:40.967+00:00Comments on Olho de Gato: Ao anónimo alforreca ...Joaquim Alexandre Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/04497325384148578187noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-6150660530538798740.post-69464563917768388512014-11-06T20:44:06.340+00:002014-11-06T20:44:06.340+00:00Olá, JB!
Ouvi este discurso de Jorge de Sena ao v...Olá, JB!<br /><br />Ouvi este discurso de Jorge de Sena ao vivo o que dá a medida da minha cotice.<br /><br />Há um comentador anónimo alforreca que costuma mandar comentários que nunca têm a ver com a mensagem mas sim com o mensageiro.<br /><br />Diverte-me muito. Uma vez por outra respondo ao idiota.<br /><br />AbraçoJoaquim Alexandre Rodrigueshttps://www.blogger.com/profile/04497325384148578187noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6150660530538798740.post-17091604607335998552014-11-06T18:40:27.843+00:002014-11-06T18:40:27.843+00:00Não estou por dentro do contexto deste comentário....Não estou por dentro do contexto deste comentário.<br /><br />Só me interessa aqui afirmar o apoio a este espaço livre e de discussão.<br /><br />Recordo Jorge de Sena e o seu poema:<br /><br />No país dos sacanas<br /><br />Que adianta dizer-se que é um país de sacanas? <br />Todos os são, mesmo os melhores, às suas horas, <br />e todos estão contentes de se saberem sacanas. <br />Não há mesmo melhor do que uma sacanice <br />para poder funcionar fraternalmente <br />a humidade de próstata ou das glândulas lacrimais, <br />para além das rivalidades, invejas e mesquinharias <br />em que tanto se dividem e afinal se irmanam. <br /><br />Dizer-se que é de heróis e santos o país, <br />a ver se se convencem e puxam para cima as calças? <br />Para quê, se toda a gente sabe que só asnos, <br />ingénuos e sacaneados é que foram disso? <br /><br />Não, o melhor seria aguentar, fazendo que se ignora. <br />Mas claro que logo todos pensam que isto é o cúmulo da sacanice, <br />porque no país dos sacanas, ninguém pode entender<br />que a nobreza, a dignidade, a independência, a justiça, a bondade, etc., etc., sejam<br />outra coisa que não patifaria de sacanas refinados<br />a um ponto que os mais não são capazes de atingir. <br /><br />No país dos sacanas, ser sacana e meio? <br />Não, que toda a gente já é pelo menos dois. <br />Como ser-se então nesse país? Não ser-se? <br />Ser ou não ser, eis a questão, dir-se-ia. <br />Mas isso foi no teatro, e o gajo morreu na mesma. <br /><br />Jorge de Sena (Outubro de 1973)<br /><br />Recomendo a leitura do discurso proferido na cidade da Guarda, durante as comemorações do “Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas”, no dia 10 de junho de 1977, onde ele refere que “os portugueses são de um individualismo mórbido e infantil de meninos que nunca se libertaram do peso da mãezinha”<br /><br />A relação de Sena com Portugal, com a cultura portuguesa e mesmo com a intelectualidade portuguesa foi difícil, desde o princípio até ao fim, foi uma relação que nunca se resolveu. Basta lembrar o poema: "Esta é a ditosa pátria minha amada. Não./Nem é ditosa, porque o não merece./ Nem minha amada, porque é só madrasta/ Nem pátria minha, porque eu não mereço/ a pouca sorte de ter nascido nela.//".<br /><br />Ele sempre foi inconveniente numa altura em que as pessoas não reconheciam esse tipo de autonomia crítica. <br /><br />No fim, deixo uma mensagem de apoio e amizade ao autor deste blog:<br />“E sejam quais forem as nossas ideias e as nossas situações políticas, nenhum de vós que me escutais ou não, pode viver sem uma ideia que, genericamente, é inerente à própria condição humana: o resistir a tudo o que pretende diminuir-nos ou confinar-nos.” – Jorge de Sena <br /><br />JBnoreply@blogger.com