Liberdade*

* Publicado no Jornal do Centro há exactamente dez anos, em 18 de Janeiro de 2008

Fotografia Olho de Gato
1. António Barreto, na edição de 6 de Janeiro do Público, pôs na mesma frase o nome do primeiro-ministro e a terrível palavra começada por “f”. Escreveu ele: “Não sei se Sócrates é fascista. Não me parece, mas, sinceramente, não sei.”

António Barreto está preocupado com a liberdade. O que tem acontecido depois do 11 de Setembro, de facto, não nos deve deixar descansados. Os estados apertam cada vez mais o controlo dos cidadãos. Dizem-nos que isso é necessário para combater o terrorismo e que “quem não deve, não teme”. Sempre que deixamos que nos vigiem mais a nossa vida por causa desse “quem não deve, não teme”, é mais uma vitória de Bin Laden; mas é justo lembrar que este andar para trás das nossas sociedades abertas não é um exclusivo português.

Um só exemplo deita por terra todos os pressentimentos de António Barreto sobre o líder do governo. José Sócrates aceitou idas quinzenais ao Parlamento com regras muito mais duras para o primeiro-ministro. Sócrates deu, portanto, poder às oposições. Ora, por definição, um fascista não dá poder às oposições.


Numa coisa António Barreto tem razão: precisamos de usar mais a liberdade. E sem medo.


2. Já que ninguém pergunta, pergunto eu:
Caras e caros viseenses, ficam descansados ao saberem que o Hospital de S. Teotónio tem o seu Director Clínico em part-time?

3. Durante os anos em que liderei a oposição autárquica em Viseu, habituei-me a apreciar a intervenção, na Assembleia Municipal, de Jorge Adolfo Marques. Preparado, frontal, sem medo de correr riscos numa altura difícil para o PS, fez muito pela memória e pelo património do concelho. Obrigado, Jorge Adolfo.

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