Impaciência*

* Texto publicado hoje no Jornal do Centro


1. O presidente da câmara de Castro Daire, o socialista Fernando Carneiro, acaba de afirmar que o #1 da Segurança Social no distrito, o social-democrata Telmo Antunes, “devia abandonar o cargo” por estar a pôr “em causa a imagem do organismo”. Razão da fúria: uma multa aplicada pela segurança social a uma IPSS de Mamouros por servir refeições a mais pessoas do que as autorizadas.

Adelaide Modesto
Por sua vez, a presidente da concelhia de Viseu do PS, Adelaide Modesto, em comunicado, perguntou directamente ao #1 do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Ermida Rebelo (PSD), “se se continua a sentir confortável no cargo que está a desempenhar”. Razão da fúria: um prazo queimado para a candidatura do hospital a “centro de referência” no tratamento de vários tipos de cancro abdominal.

O primeiro caso está resolvido: multa paga e a IPSS já pode servir todos os utentes. O segundo não está resolvido: houve 82 “centros de referência" aprovados e o de Viseu não o foi porque falhou o prazo (o feriado municipal de Viseu foi contado como nacional). Que S. Mateus interceda por nós no “processo de reapreciação” em curso.

2. Não surpreende nada que este par de casos tenha feito borbulhar a impaciência socialista. Telmo Antunes e Ermida Rebelo estão nos dois “lugares de nomeação” mais apetecíveis no distrito. Enquanto não os “despedem”, eles vão tentando passar entre os pingos da chuva sem se molharem muito.

Como a “geringonça” é só um acordo de incidência parlamentar que não dá lugares nem ao bloco nem ao PCP, estamos a assistir mais uma vez ao costumeiro “alterne” entre o PS e o PSD.

A doutrina sobre boys é fácil de enunciar: os lugares de nomeação política deviam estar listados em lei e deviam cessar automaticamente com a queda do governo nomeante.

Enquanto não houver essa lei, fica mal aos “nomeados” não porem sempre os seus lugares à disposição do ministro chegante.

Comentários

  1. Cada vez que muda governo vem a mesma conversa mas, nehum teve a coragem de fazer como sugerido, “nomeados” não porem sempre os seus lugares à disposição do ministro chegante.". Eles sabem porquê mas noz também.

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  2. Plenamente de acordo, cessar de imediato e sem direito a indemnização com recolocação imediata no lugar de origem, ficar claro que o cargo só existe enquanto existir o Ministro da Tutela que o nomeou e existir uma clara definição entre cargos de nomeação e de carreira, motivando para um nivel de excelência a Função Pública.

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  3. Sr Gato o seu texto límpido, objectivo e "sem espinhas",mas o poder é f....
    42 anos depois ainda discutimos cadeiras e não a estratégia do nosso futuro enquanto cidade, região ou país.

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