Reformas avulsas MAS que conduzem ao marasmo total se não se imiscuírem DAS suas responsabilidades

Lúcia Araújo Silva, uma das estrelas do PS-Viseu, costuma(va) entreter-se a mandar spam aos militantes — veja-se o esplendor desta actividade meritória aqui no Rua Direita.

Desta vez, Lúcia Araújo Silva, em vez de spam, decidiu partilhar com o mundo um seu texto intitulado — “Os professores são alvos a abater” pelo governo PSD/CDS, que pode e deve ser lido na sua integralidade aqui no Farol da Nossa Terra.

O texto arranca assim:
"A educação e a democracia são dois pilares fundamentais de uma sociedade moderna e progressista."

Repita-se:
"A educação e a democracia são dois pilares fundamentais de uma sociedade moderna e progressista."

Tanto e tão bom estímulo ao espírito este que nos remete para uma indagação interior muito produtiva:

— estaremos perante dois pilares de uma sociedade só e só se ela for moderna e progressista? E se for só moderna? E se for só progressista? Haverá mais pilares? Quantos mais?
O "plano nacional de vacinas" será, também ele, um pilar de uma sociedade moderna? E de uma sociedade progressista?  

Tentemos o segundo período:
"Nas últimas décadas temos vindo a assistir a um conjunto de reformas avulsas para a educação, mas atualmente essas reformas estão a conduzir a educação a um marasmo total."

Repita-se:
"Nas últimas décadas temos vindo a assistir a um conjunto de reformas avulsas para a educação, mas atualmente essas reformas estão a conduzir a educação a um marasmo total."

Aqui o desafio intelectual é ainda maior e mais estimulante:
— que "últimas décadas"? A da co-educação de Veiga Simão? A da massificação e do eduquês de Roberto Carneiro? A do burocratismo centralista de Maria de Lurdes Rodrigues? A da docimologia austeritária de Nuno Crato?

As "reformas avulsas" terão sido boas e o "atualmente" é que é "
um marasmo total"?
As "reformas avulsas" terão sido más e o "atualmente" ser um "marasmo total" é consequência?
Se em vez de  "reformas avulsas para a educação" tivéssemos tido reformas por atacado e por grosso, essas reformas "atualmente" já não estariam "a conduzir a educação a um marasmo total"?

Avancemos para um e só mais um relance a este interessantíssimo texto.
Pergunta e pergunta-se Lúcia Araújo Silva mais para a frente:
"Estará Nuno Crato e a sua equipa a imiscuir-se das suas verdadeiras responsabilidades?"


Repete-se:
"Estará Nuno Crato e a sua equipa a imiscuir-se das suas verdadeiras responsabilidades?"


Depois do tempo necessário para ficarmos devidamente imiscuídos, tente-se: 
— Nuno Crato e a sua equipa fazem mal em "imiscuir-se DAS suas verdadeiras responsabilidades" ou fazem mal em "imiscuir-se NAS suas verdadeiras responsabilidades"?
Será isto? Não será isto? Imiscuir é bom neste caso? Não é?

Uma coisa é certa: no deserto de ideias em que se transformou o PS-Viseu da dupla Borges/Ginestal, este "pensamento"  é capaz de ir longe.


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Adenda às 21:05 de 23/2/2015
Este tão interessante artigo foi também publicado hoje aqui no ViseuMais.Com



Comentários

  1. "Murmuro o teu nome ao nível da relva".

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  2. Li a prosa com interesse, atenção e muita vontade de aprender.
    Quem passou quatro anos para "escolher" um candidato à CM Viseu e .....
    Após essa "vitória" foi promovida para liderar as mulheres socialistas.
    Com Borges e Ginestal constitui uma tripla de dinâmica...blá..blá...blá....

    Nestas ocasiões recordo sempre os Iluministas. É um tique...

    "É perigoso ter razão onde
    gente com autoridade está a errar."

    Voltaire - filósofo iluminista - 1694-1778

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  3. "Nas últimas décadas temos vindo a assistir a reformas avulsas na educação," Nessa altura aonde estava esta sra ?. Porque não se manifestou naquele tempo (PS), e só agora se manifesta ?. "O tacho fala mais alto"
    Pela boca morre o peixe.

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  4. O Anónimo das 15.44 acertou na mouche !
    Estiveram TODOS caladinhos e a APLAUDIR a "Grande" Maria de Lurdes.
    Os srs professores Junqueiro, Ginestal, Lúcia e Cª nem permitiam uma crítica.
    Abriram a estrada a este sonso que está na educação.
    Cada vez que PS falar em Maria de Lurdes Rodrigues perde 10 mil votos, no mínimo.
    Vai dar banho ao cão!

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  5. Senhor anónimo das 19:29

    Não publico o seu comentário.

    A minha ironia sobre esta crónica, escrita com toda a bonomia, incidiu sobre partes do texto de LAS que, para além de qualquer dúvida , não tiveram nenhum acidente electrónico.

    Metade do texto está ilegível devido a alguma formatação que correu mal mas, sobre essa parte é devida auto-restrição, já que acidentes electrónicos acontecem.

    Para além disso, o seu comentário entra em aspectos pessoais e este blogue não faz nem aceita ataques pessoais.

    Cumprimentos

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  6. Anónimo das 19:29

    Sr. Joaquim Alexandre Rodrigues:
    Sem querer incomodar, gostava de clarificar que o comentário apenas se referia a factos constatados no texto. As gralhas acontecem, mas se é um problema eletrónico o texto deveria ser revisto antes de ser publicado. Não sei. Quanto à parte final, é apenas uma conclusão decorrente de todo o contexto reproduzido e não um ataque pessoal (assim o entendo). Nunca fiz ataques pessoais. Se este pareceu, lamento. Reconheço o direito à não publicação, visto que o comentário foi considerado incorreto. Pelo facto peço as minhas desculpas. Não voltará a acontecer!
    Este é apenas um esclarecimento pessoal.
    Cumprimentos

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    1. Senhor anónimo

      Perfeita a sua posição.

      Pus uma adenda ao post às 21:05 de hoje com o mesmo interessante texto agora publicado no ViseuMais mas, infelizmente, as anomalias continuam.

      Cumprimentos

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  7. Caro Joaquim Alexandre,
    hoje, fui alertada, por um camarada, que o Joaquim Alexandre fizera mais um comentário relativo à minha pessoa.
    Desvalorizei. Contudo, e ao fazer umas leituras pelas notícias on-line, reparei que o meu texto, publicado no ViseuMais, tinha umas “gralhas”. Ninguém, de bom senso, envia um texto com “gralhas” para a C. Social.
    O que certamente aconteceu foi que, e quem conhece os mínimos de informática sabe que, muitas vezes, ao copiar-se um texto, as aspas; os acentos circunflexos, entre outros, assumem carateres que tornam o texto ilegível.
    Lamento a sua atitude e a sua forma de estar. Quanto à questão política do texto, apenas lhe digo, “ je suis charlie”.
    Saudações Socialistas.
    Lúcia Araújo Silva

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    Respostas
    1. Cara Lúcia Araújo Silva

      Com que então enviou para publicação um "recauchutamento" informático do seu tão interessante e estimulante texto?

      Fico muito contente.

      Não querendo "imiscuir"-me NAS minhas "verdadeiras responsabilidades" editoriais para com este blogue felino, não constituindo portanto isto uma promessa ou um compromisso ou uma auto-obrigação, dir-lhe-ei que, eventualmente, poderei ler este seu "texto-parte 2", agora com os acentos circunflexos nos devidos lugares.

      Cumprimentos do
      Joaquim Alexandre Rodrigues

      Eliminar
  8. Cara Lúcia Araújo Silva

    Chamo-lhe a atenção para o meu comentário acima publicado ontem, 23 de fevereiro de 2015 às 20:51, em que recusei publicar um contributo de um leitor deste blogue em que, de uma forma mitigada embora, se poderia considerar um ataque pessoal a si.

    Ataques pessoais não têm lugar neste blogue.

    Ora, a Lúcia Araújo Silva acaba de mandar para aqui às 11H46 um conjunto de insultos a mim próprio.

    A Lúcia Araújo Silva faz a manobra clássica do desvio de foco da mensagem (o seu inteligentíssmo, interessantíssimo e inolvidável texto de opinião que publicou no Farol da Nossa Terra e no ViseuMais) para o mensageiro (no caso o autor deste blogue, eu próprio, professor primário aposentado, prefiro a "professor do 1º ciclo" como me chamou, sou mesmo professor primário aposentado).

    No seu comentário, que não publico porque não publico ataques pessoais, a Lúcia Araújo Silva confessa-se "professora do quadro", devo-lhe dizer que não sabia, e não me querendo "imiscuir" NAS suas "verdadeiras responsabilidades" desejo-lhe o máximo de venturas profissionais, pessoais e políticas.

    Desejo-lhe um bom lugar de nomeação ou de eleição, longe do contacto com os alunos.

    Cumprimentos do sempre ao seu dispor menos para ataques pessoais
    Joaquim Alexandre Rodrigues

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  9. “Garanti-nos, meu Deus, um pequeno absurdo cada dia.
    Um pequeno absurdo às vezes chega para salvar”
    Alexandre O’Neill

    O número de comentários deste post revela bem qua continua a existir uma ferida aberta na área da educação: Maria de Lurdes Rodrigues.

    O número de comentários, e muitas das mensagens subliminares inseridas, revelam que o Partido Socialista continua a ter uma falha: transmitir confiança.

    É compreensível que a srª professora Lúcia esteja preocupada em defender o legado de Maria e Lurdes Rodrigues e das suas medidas mais emblemáticas de propaganda, desculpe, de política educativa. É compreensível que uma dirigente política do Partido Socialista defenda a memória da prática governativa do governo Sócrates, mas seria melhor restringir-se ao que domina efectivamente em matéria de Educação. Não me ocorre agora nada especificamente, mas certamente que terá feito reformas muito importantes…. Ou então sou eu que sou mesmo bilioso e só lhe encontro incongruências no texto que publicou.

    E aqui falamos de algo que marcou de forma i•ne•xo•rá•vel o consulado de MLR e dos seus acólitos: a indignidade com que tratou os professores!

    MLR e os seus acólitos começaram a transformar a profissão docente numa doença terminal e trataram de impedir milhares de professores de chegar à aposentação em pleno uso das suas faculdades mentais. Todos conhecemos estórias de excelentes profissionais, empenhados, dedicados e sobretudo experientes, que ainda muito tinham para dar ao sistema, aos seus alunos, seguindo o lema “I’m a teacher, I touch the future!”, que deixaram de ter razões, motivação para cumprir a seu gosto o conteúdo funcional da sua profissão. Saíram de cena, foram empurrados para a aposentação!

    E enquanto o ódio figadal aos professores se passou onde esteve a srª professora Lúcia? O sr professor Ginestal? O sr professor Acácio?
    Sobre como trabalham as lavadeiras do regime socrático não restam dúvidas…

    Sobre o Partido Socialista, apenas lhe digo que com textos e posições políticas como a sua, ou o “arrozado de explicações” do deputado Acácio Pinto sobre a municipalização da educação e as hesitações de Costa, o seu partido é o exemplo da ideia: "I used to be darker, then I got lighter, then I got dark again"- Bill Callahan.

    Ao Partido Socialista continua a faltar a “garra” de recusar, resistir, mobilizar. Não precisa de ser Syriza, precisa apenas de ser Socialista!
    Perante os bloqueios às mudanças, a falta de ousadia, a inércia, a indecisão, a falta de transparência, as meias palavras, os jogos do poder, a opacidade dos negócios, a paz podre, o Partido Socialista deveria constituir motivo de estímulo, coragem e determinação na alternativa. A senhora tem responsabilidades políticas locais e tem a missão fundamental de defender e promover esse património histórico e identitário da esquerda contemporânea que é o PS.

    Srª professora despeço-me com estima e consideração e fique a saber que mais que “Charlie” eu sou LOUKANIKOS, pois ladro e mordo….quando necessário!

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