FAKE É A VERDADE — um texto de JB *

* Comentário de JB à fotografia Babilónia, publicada aqui ontem

Tive que ir procurar entender o contexto em que era empregue a palavra Fake, pois não tenho facebook ou similares.

Depois de ter lido alguma coisa (rápida) sobre o assunto não entendo porque continuam a ser fakes… Então não andam a colocar fotos de tudo e mais alguma coisa; não comentam tudo e o seu contrário; não sabem tanto da vida alheia, etc e tal.

Para mim, fake é a “verdade”.

Ou seja, 

a) Fake é o Ricardo Salgado “passar” De Dono Disto Tudo a Vítima Disto Tudo (i online 10 Dez)

b) Fake é o presidente da República Portuguesa dizer no Dubai que Portugal é um país de sol, mulheres bonitas e cavalos.

c) Fake é o eterno (e enfadonho) problema da esquerda portuguesa: convergência ou unidade?

d) Fake são “Os liberais portugueses acantonados à volta do Governo são muito originais: com a carga fiscal brutal e o desemprego afundaram a mobilidade social. Destruíram qualquer tipo de segurança dos cidadãos. Atiraram todos para o nível do mexilhão. E ainda riem quando falam disso. (Fernando Sobral)

e) Fake, sou eu, mas federado……por esta gente toda! “Neste orwelliano “triunfo dos mexilhões”, todos os mexilhões parecem iguais, mas há uns mais iguais do que outros.” (Bagão Félix)

Como declarou o filósofo esloveno Slavoj Zizek em entrevista ao Vítor Belanciano, no "Público": Se esperamos o momento certo para uma revolução, ela nunca acontecerá, frase que resume bem aquilo que acontece nos dias de hoje. O futuro é sempre imprevisível e isso dá cores vivas à vida.

É necessário actuar , não para resistir, mas para vencer. Pode ser um desafio impossível, mas a derrota é certa se ficarmos, como agora, parados. As pessoas só precisam de uma voz credível para participarem na mudança.


Neste contexto deixo uma sugestão de oferta de Natal: o livro “ As Vinhas da Ira”, de John Steinbeck.

Recordemos as palavras finais do filme (adaptado do livro), proferidas pela mãe de Joad: 
Eu nunca mais terei medo. Porém, eu tive. Cheguei a pensar que estávamos perdidos. Parecia que só tínhamos inimigos neste mundo. Como se ninguém fosse amistoso. Eu senti –me mal e assustada. Como se estivéssemos perdidos e ninguém nos ligasse... Os ricos nascem, morrem, e seus filhos também não prestam e desaparecem. Mas nós continuamos. Somos nós que vivemos. Eles não podem acabar connosco. Não nos podem vencer. Nós viveremos para sempre, porque nós somos o povo.

À nossa frente a luta continua... e isso não é FAKE!

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Adenda às 19:30:

Afinal, Aníbal Cavaco Silva não disse aquilo que a SIC disse que ele disse acerca das mulheres portuguesas.

Não consigo achar o desmentido da estação de TV mas até a excelentíssima f. Câncio concede que ele não disse aquilo que a SIC disse que ele disse.

f. desmente desta maneira:
«ontem à noite soube que a presidência tinha desmentido a referência a mulheres, bonitas ou não, no almoço de 27 em abu dabhi, e que a sic assumira ter havido 'um mal entendido'. ao mesmo tempo, soube que a intervenção de cavaco no almoço está no site da presidência e fui ver. em vez de referência a mulheres bonitas, oiço (em inglês) referência a paisagens bonitas.»



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