Estetoscópio (#2)



Caro Miguel Fernandes, não quero pôr problemas ao seu prudente pessimismo mas, ao contrário do que pensa, não há drama nenhum, muito pelo contrário

Tanto Adelaide Modesto como Alexandre Santos sabiam — porque eu tive a oportunidade de lhes dizer — que o único assunto que me interessava nas eleições de sábado era as primárias. E que ser favorável a primárias só lhes tiraria votos na eleição de sábado para a concelhia de Viseu. 

Isto é, tanto um como o outro, ao ganharem o meu voto, perdiam o de centenas de militantes que querem que a indigitação de candidatos seja feita à antiga. 

Os militantes ainda julgam que a vontade deles conta para alguma coisa na escolha dos candidatos socialistas, com esta metodologia em que os nomes são escolhidos em "petit comité", com ou sem avental. Mas não é verdade: a vontade dos militantes e simpatizantes só será verdadeiramente respeitada numas primárias em que os candidatos a candidatos possam persuadir as pessoas que têm os melhores projectos. 

De qualquer forma, o partido socialista vai ter primárias abertas. O que tem que ser tem muita força. Vou continuar a "bombardear" o "aparelho" com este tópico.

O PS, nesta matéria, poderia ser pioneiro em Portugal e emular aquilo que, por exemplo, em França correu muito bem e contribuiu para a vitória de Hollande. Se não se mexer, o PS corre o risco de não ser o primeiro como foi, por exemplo, na feminilização das listas.

Cá continuarei a usar o velho princípio de Norberto Bobbio: devemos tomar partido, depois da escolha feita, devemos exercer o nosso juízo crítico com severidade, especialmente com a nossa parte.

Assim seria com Alexandre Santos. Assim será com Adelaide Modesto. 

Comentários

  1. Qual dos quatrocentos e tantos sábios o aconselhou desta vez?

    Alforreca

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