Doze passas *

* Texto publicado hoje no Jornal do Centro

Fotografia Olho de Gato
Este ano, na câmara de Viseu, há polémica entre a oposição e o PSD com o preço da festa de fim-de-ano. Demasiado dinheiro, diz a minoria; dinheiro na medida justa, diz a maioria.

Há dez anos a questão foi mais funda: o dr. Ruas chegou a enunciar que não ia fazer festa nenhuma por causa da “crise”.

Eu, na época a liderar a oposição na câmara, defendi que as pessoas precisam destes tempos de celebração, que é com eles que se cimenta o espírito de uma comunidade, que é bom estarmos uns com os outros sem medo do frio.

Não acrescentei o argumento clássico que usaria agora: bem vistas as coisas, nós estamos há quase nove séculos em “crise”. Estarmos em “crise” é o nosso estado natural desde 1143 e cá nos vamos aguentando. A verdade é que, em 2003, o fogo-de-artifício lá acabou por estralejar, e muito bem, na Avenida da Europa.

Desta vez, não se sabe nada sobre o “video-mapping” que vai acontecer no Adro da Sé e cujo preço muito irritou os vereadores da oposição. Só para dar um exemplo: se fosse uma produção da AntiVJ...


... não era caro e punha Viseu nos radares. Com boa promoção, até de Salamanca viriam pessoas.

Não se sabendo o que foi “vendido” a António Almeida Henriques, há que esperar para “ouver”. Com uma garrafa de espumante numa mão e doze passas na outra.

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